As Relíquias da Morte ︎◆ Filmes e peças ︎◆ Parte 1

Mais relatos das visitas aos sets disponíveis!

Conforme noticiado por nós, sites especializados em cinema e fã-sites de Harry Potter foram convidados aos estúdios Leavesden para visitar os sets de Relíquias da Morte e entrevistar alguns atores e membors da equipe técnica. Uma série de relatos já foram disponibilizados e traduzidos pela nossa equipe, você pode conferí-los aqui.

Hoje mais dois relatos foram traduzidos, e algumas informações interessantes sobre a produção técnica podem ser conferidos:

“Aqueles de vocês que leram os livros vão saber que a fonte passa por uma mudança no último livro, tornando-se gigantescos tronos feitos de corpos de trouxas colocados juntos como peças de um quebra-cabeça, sobre os quis sentam uma bruxa e um bruxo. As figuras trouxas, aproximadamente 60 no total, foram esculpidas uma por uma e então moldadas e montadas para criar a base da cadeira. O designer de arte Nick Dudman nos contou que as figuras foram baseadas em rápidos esboços feitos com uma “abordagem Stalinesca”, para ajudar o resultado final a ter um sentimento de totalitarismo”.

Confira os relatos do Coming Soon e do Snitch Seeker em notícia completa, e fique atento para atualizações nesta notícia, pois é aqui que postaremos os próximos relatos!

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Entrevista com Daniel Radcliffe no set do filme

Coming Soon
06 de outubro de 2010
Tradução: Victor Garcia, Otávio Bergamini e Antonio Kleber

Set Report – Coming Soon.

Uma das mais antecipadas visitas ao set este ano foi Harry Potter e as Relíquias da Morte, já que esses dois filmes marcam o final dessa franquia de longa-data. Quando o ComingSoon.net recebeu o convite para voar até Londres e andar com o elenco uma última vez, ficamos mais que felizes em arrumar nossas malas e fazer a viagem através do lago mesmo que estivesse no inverno.

Daniel Radcliffe não estava filmando no dia em que visitamos os Estúdios Leavesden – de fato, era seu dia de folga – mas a estrela de Harry Potter veio e conversou conosco por volta de 30 minutos, os quais foram mais que apreciados.

Enquanto estávamos lá, o diretor David Yates não sabia como os dois filmes iriam ser divididos, mas todo mundo falou um pouco sobre momento de ambos os filmes.

Infelizmente dessa vez, não pudemos rodar o material que agora sabemos que estará na segunda parte e não podemos descrever a cena que vimos sendo filmada até tarde. Contudo, temos carta branca para postar partes de nossas entrevistas com Radcliffe, com o produtor David Barron, Matt Lewis e David Yates.

P: Esses dois filmes – Parte 1 e Parte 2 – se você tivesse que explicar as diferenças chaves entre eles, já que você vai ter que falar sobre os dois por aí, como explicaria a Parte 1? E então, como explicará as diferenças?

Daniel Radcliffe: São filmes muito diferentes. A primeira parte é tipo um… é um tipo estranho de filme de estrada. Quero dizer, é – primeiro de tudo, as pessoas verão os meninos fora de Hogwarts pela primeira vez, o que é uma grande coisa na verdade, pois começamos a filmar o Sete mais ou menos na época que íamos às premiéres do Seis. E quando ia nelas, assistia aos filmes só pensando “Meu Deus, quão diferente o sétimo filme vai ser,” por que ver esses personagens fora do que se tornou um ambiente tão familiar é, tomara, fazer com que elas enxerguem de um jeito muito diferente. Também, o primeiro filme é sobre juntar informações e pegar tudo o que estiver disponível e todas as coisas necessárias que precisamos para seguir em direção à batalha final. O segundo filme é essencialmente a batalha final, quero dizer, do começo ao fim. Na verdade não por que não sabemos onde começará ainda, pois estão mudando isso. Não começa em Hogwarts, mas presumivelmente bem antes dessa parte, mas assim, uma vez que você está dentro, não para. Quero dizer, é isso. E funciona, eu acho, e se ficar legal, deve ter um equilíbrio muito, muito bom. As cenas de ação são extremamente implacáveis na segunda parte, você sabe, é muito, é o tipo de ação ininterrupta e gradativa. Mas, isso não deve e não acho que vá, subjugar nem os personagens nem a história; essas ainda serão as principais coisas que serão focadas, espero.

P: Como você percebe o que Harry deve estar fazendo ou sentindo, e então o que David ainda traz à mesa e como vocês percebem esse tipo de coisa?

Radcliffe: Acho que em grande parte eu chego na cena sabendo o que Harry está sentindo e tenho muitas idéias sólidas, geralmente, sobre aonde é o ponto da cena e aonde Harry está na sequência e como deve ser interpretado. Geralmente David, quando começamos a ensaiar vai dizer – bem, meio que me pára e manda ‘Acho que é…’ – é só uma conversa, realmente. Não é muito um processo. Quer dizer, temos reuniões ocasionalmente. Se uma grande cena está por vir, nós obviamente sentamos durante a semana e conversamos sobre ela. Mas, principalmente é o tipo de reunião na qual você meio que troca idéias e sim, o negócio é que David é muito, muito entusiasmado… Quer dizer, porque não acho que meu instinto esteja no topo todo tempo, mas é para ser expressivo como as pessoas são, né? Acho que David quer que a personagem de Harry seja bem internalizada e não projete toda aquela emoção para fora sempre, o que eu acho que é… para alguém que passou por tudo o que Harry passou, é uma rota bem compreensível.

P: É uma hora bem ruim, ou um momento alegre de ser feito?(refere-se ao final das filmagens)

Radcliffe: Vai ser particularmente estranho e não está muito distante de agora. É uma perspectiva muito real, o fato que um dia vou entrar aqui dentro de algumas semanas e ir na sala de maquiagem pela última vez. Vai ser muito, não ruim, não vai ser ruim… mas sim, vai ser um dia corrido e emocionante por dizer “adeus” para muita gente. Mas não, vai ser excitante entrar em outras coisas e ver o que há lá fora e isso vai ser ótimo. Mas, igualmente, vou sentir falta da equipe e a sensação de família a qual temos aqui é algo difícil de ser criado em outros filmes. Acho possível, não acho é que nunca estarei em um set tão próximo de novo, mas há pessoas com as quais eu conheço, como você diz, por 10 anos e sou muito, muito próximo, então vai ser um dia triste.

P: Você tem algum filme favorito?

Radcliffe: Não tenho – bem, por enquanto o quinto. Tomara que isso seja superado pelo sete: Parte um e dois. Mas no momento o quinto. Fiquei tão aliviado de certa forma que o quinto permaneceu como meu favorito depois do sexto, pois estava bem cansado de todo ano quando vocês me entrevistavam e era tipo, “Qual é o seu filme favorito” Oh, coincidentemente é o que acabou de ser lançado. (Risos) Mas era sempre a verdade. Quando saiu o sexto, eu fiquei “Ah, posso de verdade parecer genuíno quando falo do quinto e disser isso” – foi um momento bem empolgante.

P: O que acontece com a Gina? Harry e a Gina têm o momento deles?

Radcliffe: Sim, absolutamente, muito. Há um par de cenas de beijos. Tem até um beijo no coração da batalha em uma hora aí.

Sério?

Radcliffe: O que foi, devo dizer, minha sugestão. (Risos) Mas não foi feito do tipo – foi feito muito menos dramaticamente do que quando é do tipo “Ok, nós vamos, ok, (ele faz um barulho de beijo) ok, tchau. É como se você vai até a porta apressadamente. Foi mais como se estivesse tudo acabado. Mas foi bom, e essa foi minha sugestão, na verdade, porque é daqueles momentos em que provavelmente é a última vez que eles se vêem e não tem muito tempo. Se eu estivesse naquela situação acho que poderia beijar qualquer um, se soubesse que o fim estava chegando. Então, sim, eu acho que o relacionamento com Gina está florescendo e claro, eventualmente ela é minha esposa, o que é bastante excitante.

Você sabe bastante sobre o epílogo?

Nós fizemos alguns testes em maquiagens e outras coisas, e ainda não filmamos. E, eu quero dizer, pareceu muito bom para mim, mas eu não faço o julgamento final nessa área. Mas eu digo, a maquiagem, as próteses que eles fizeram – eu ainda não vi a de Emma ou Bonnie, mas eu vi algumas coisas que eles fizeram com Rupert, e que foram bem engraçadas. Eles fizeram – sim. Eles fizeram o percurso que você queria que eles fizessem com ele, eu acho.

Sério?
Radcliffe: Sim, (Risos) com certeza.

P: Sr. Weasley, o pai?
Radcliffe: É, ele não perdeu muitos almoços. (Risos) Mas na verdade, essa foi a única versão que vi até agora. Até que comecemos a gravar, pode mudar completamente. Mas sim, quero dizer, a versão que eu vi em mim era ótima. E eu olhei para o meu pai bizarramente, porque eu parecia mais minha mãe.

P: O que é maquiagem, não computação gráfica, certo? Ou é meio que uma mistura?
Radcliffe: Bem até o momento nós fizemos apenas os testes de maquiagem e há todo o tipo de coisas que imagino que eles usarão para essa parte do filme. Imagino que vai acabar sendo uma mistura, eu acho.

P: Eles farão com que fique legal.
Radcliffe: Acho que eles farão com que fique legal, sim, porque foi uma daquelas coisas sobre a qual eu estava bem nervoso já que era uma parte bastante divisória no livro. Eu pessoalmente gostei dela, mas conheço bastante gente que realmente não. E eu na verdade pensei que ela (Jo) colocou lá pra que se você pulasse pra última página você meio que não alcançaria o final completamente, essa era a minha teoria sobre o livro. Eu estou provavelmente errado. Mas sim, então eu estava bem nervoso sobre a isso porque se você coloca a cena no filme, seria uma vergonha se o envelhecimento não funcionasse e essa é a última imagem na qual aparecemos, a última que as pessoas têm. Mas acho que tanta preparação foi feita que acho verdadeiramente que pode funcionar e será tarefa minha, do Rupert e da Bonnie fazê-la funcionar, vendê-la.

P: Você disse que sempre sabe onde Harry está em uma cena. Houve algum ponto onde você pensou ‘Harry agora é um homem’, ao longo de toda a sua jornada no filme ou na série?
Radcliffe: Isso que eu acho que é muito importante é que ele não está em lugar algum. Ele ainda é um garoto de 17 anos, quer dizer, ele cresce enormemente nesse filme não mais do que no fim, quando ele toma a decisão na estação de King’s Cross com Dumbledore, e mais do que no desenrolar, quando ele escolhe voltar à morrer a morte que ele já havia sofrido e na qual ele teria um pós-vida tranquilo, ele decide voltar, quer dizer, não há momento maior que esse em que ele esteja mais próximo de ser um homem, eu acredito. Mas ele é um garoto e é isso que faz a tentativa de Voldemort matá-lo tão efetiva e horrenda. Ele realmente foi ao extremo. E é isso que torna essa luta entre um homem e uma criança tão perturbada.

P: Eu sinto que estes últimos filmes são realmente meio que um ‘quem é quem’ de toda a série e um monte de retomadas dos filmes passados. Há particularmente, tipo, algum momento de fã, ou algo como ‘ei, aquele cara’, ou algo que você gostou, ou algo com o qual ficaremos realmente surpresos por não ter nem estado nos livros? Ou, pessoas que aparecem?
Radcliffe: Oh Deus. Quem está voltando?

P: Todo mundo está voltando.
Radcliffe: Todos voltam, basicamente. Todos estão de alguma forma envolvidos. Eu não sei, pra ser honesto. Tanto das coisas realmente legais é colocada depois em efeitos visuais. Por que o que eu amo nos filmes – eu amo no sexto filme, Robert Knox está realmente, eu acredito, lendo um livro na biblioteca, e pelo ângulo da você pode ver que ele tem um tipo de, uma espécie de versão bruxa de um livro sujo no meio do que eles realmente está olhando. É no canto inferior da tela e não é nada pornográfico, entenda (risos), mas não é do tipo – qual era o filme? Havia um filme animado onde eles não percebiam que os animadores colocaram um monte de coisas obscenas?

P: Então você revê os filmes?
Radcliffe: Eu vejo todo filme em média, geralmente em torno de três ou quatro vezes, mas nunca depois da premiére. Então eu vejo uma vez antes da premiére e depois eu posso ver mais uma vez com meus pais, pra que eles dêem uma olhada. E então…

P: Eles podem aprovar.
Radcliffe: Isso, exatamente. E então me aprovar como filho legítimo.

P: Ele ainda está na família.
Radcliffe: (Risos) Sim, exato. Bem, uma das minhas partes favoritas de ‘Os Simpsons’ é quando Bart está em um torneio de golf e ele jogará contra o filho de Ned Flanders e enquanto Hommer o deixa lá ele diz, “Lembre-se filho, se você perder, você está fora da família.” Essa sempre foi uma das minhas partes preferidas. E então, eu vejo o filme uma vez em cada premiére, e é isso.

P: Então você não revê tipo, porque o primeiro filme acabou de sair em Blu-ray. Você não revê e se olha em alta definição?
Radcliffe: Bem, é assim que eu estou me vendo agora. Mas, sim, então não é algo pra o que eu realmente volto. Eu vejo, ocasionalmente, clipes deles, e isso é mais do que suficiente pra mim. Então, eu os vi, sim.

P: Você pode falar um pouco da cena nu que teve que interpretar?
Radcliffe:Não é realmente uma cena de nudez. Eu fiz uma cena de nudez, mas não, quer dizer, há muita roupa tirada ali, mas é só até a cintura, sério, em sua grande maioria. Houve uma cena na qual que tive que meio – porque estou pulando numa piscina de gelo e quebro o gelo, e estou pulando nessa piscina gelada, e sim, obviamente eu tive que estar de cuecas pra isso. Rony me salva no último minuto, e eu me visto apressado. Mas sim, quer dizer, isso não me incomoda mais, particularmente. (Risos) Quer dizer, tudo bem e nessa época eles esquentaram a água, o que foi bem legal. Então você está bem gelado fora da água, mas dentro estava bem gostoso. Houve um dia nesse filme quando eu, Rupert e Everett, era uma sexta e não a forma como você gostaria de passar a sexta. Nós estávamos fora e essa foi a única vez que eu me vi com o Rupert meio que, nós meio que tínhamos que parar de filmar por 15 minutos porque a tomada era, nós tínhamos acabado de pular das costas do dragão para esse lago, e estávamos saindo do lago e explicando um monte da história. E, enquanto explicávamos, eu Rupert estávamos tirando a roupa e trocando por roupas secas. E, Emma não estava obviamente se trocando na tomada, então ela tinha roupas secas por baixo de seu figurino. Mas, pelo fato de eu e Rupert estarmos nos trocando na tomada, e nós não podíamos, então estávamos começando e estávamos absolutamente – e nós não gostamos, eu e Rupert, nós não gostamos, deixe falar. Estava tudo bem. Mas então, nós na verdade saímos da água porque Rupert tinha ficado particularmente roxo. Estava frio, cara. Foi a sexta negra. Mas fora isso, tem sido ótimo e nós estamos bem aquecidos normalmente. Isso não nos é pedido freqüentemente, então é absolutamente ótimo quando ganhamos esse extra.

P: Você pode falar um pouco sobre as recentes [filmagens] com Dumbledore em King’s Cross?
Radcliffe: Sim, digo, nós filmamos isso bastante recentemente e é uma cena realmente interessante. Quero dizer, é uma das minhas cenas preferidas do livro e foi aquelas cenas em que eu meio que segurava a pressão sobre ele antes de chegar lá porque eu sabia que essa cena era importante para ao filme.

P: O que você fez para se preparar?
Radcliffe: Quero dizer, minha preparação é principalmente apenas saber as falas e entendê-las, e saber onde meu personagem está. Não há nada demais. Eu não sei nem mesmo o que Daniel Day-Lewis necessariamente faria para se preparar para uma cena no “pós-vida”. Eu não sei como fazer isso, mesmo se você é o ator mais metódico dos metódicos, o que eu não sou. Então, a preparação é principalmente ir através da cena e entendê-la, e não apenas entender nos termos de texto, mas sim sobre o que se trata e ter idéias que você possa acrescentar no dia. E a visão da cena para mim e do papel que eu interpretei foi que de fato foi bem interessante. Sabe, fazer isso do ponto de vista que ele realmente não queria voltar e gostaria bastante de ficar e apenas ser absorvido por aquele tipo de luz divina em volta dele. Mas, obviamente, isso não acontece. Ele volta, de outra maneira perderíamos 20 minutos do filme.

P: Você já começou a pensar sobre as coisas pós-Potter, além de um longo período de férias?
Radcliffe: Eu realmente não quero um período de férias.

P: Você quer voltar ao trabalho?
Radcliffe: Não, eu quero continuar trabalhando imediatamente.

P: Há projetos que você está pensando em fazer, ou gostaria de fazer?
Radcliffe: Têm muitas coisas que eu estou pensando, mas nada confirmado. Não, nada confirmado ainda, mas espero que eu possa conhecer outros projetos para o próximo mês, pelo menos.

P: Que tipo de coisa você pretende fazer? Mais “magia”?
Radcliffe: Eu não posso mais fazer. Não, tenho que interpretar um bruxo e com óculos. Todo personagem que eu faço parece ter que usar óculos.

P: Por que isso?
Radcliffe: Eu não sei. Tenho a visão perfeita.

P: Então o próximo personagem terá óculos?
Radcliffe: Na verdade, o próximo vai, provavelmente. Eu só estou falando comigo mesmo. Você não sabe o que eu estou pensando. (Risos) Mas, eu estou pensando se ele teria óculos, provavelmente não.

P: Esse seria o projeto Dan Eldon?
Radcliffe: Eu quero dizer, eu ainda estou muito ligado a isso, mas não vai acontecer em pouco tempo, infelizmente, porque isso é algo que eu definitivamente queria seguir. Então, este, nós teremos que esperar. Mas, felizmente, com esse aí teremos um pouco de tempo para planejar enquanto eu ainda sou um pouco mais jovem do que Dan era, então nós temos um pouco de liberdade, o que é muito, muito bom.

P: E você está trabalhando fora da área de ator, como produção e direção, algo que você já esteve interessado?
Radcliffe: Eu quero dizer, eu adoraria dirigir algo em algum momento, definitivamente. Eu ficaria muito, muito excitado e sim, eu acredito que aproveitaria muito, penso que sim. Então, é só achar o roteiro e o tempo certo. Eu tenho um pequeno caminho a percorrer. Eu tenho que percorrer em termos de, eu penso, ter confiança suficiente e sentir que eu sei o suficiente, meu papel em torno do set de filmagens – embora, como escola, você meio que não pode fazer nada melhor do que estar aqui por 10 anos. É bem legal.

Você poderia falar um pouco sobre o momento em que havia sete Harry Potters na tela?
Radcliffe: Sim, com certeza. Essa foi uma das cenas mais aterrorizantes de se fazer, porque era uma cena com alto nível de efeitos visuais. Muito dessa cena era mais meticulosamente lento do que complexo, mas em termos de como basicamente nós filmamos isso, quero dizer, uma das cenas teve 95 tomadas. Sim, você deve recuar (risos) porque basicamente se eu estou aqui na cena e este é o Harry real, então nós filmamos sete ou oito tomadas de eu fazendo a cena como eu mesmo e mantemos a câmera, é uma câmera de movimento controlado, então é controlado por computadores e pode recriar o mesmo movimento, exatamente o mesmo movimento várias vezes. E então eu fico lá, nós fazemos a tomada apenas comigo e então a câmera continua fazendo seu movimento panorâmico. E nesse momento ela está filmando um espaço vazio. E então nós fazemos a próxima tomada e a câmera faz o mesmo movimento, mas eu estou aqui pretendendo ser Fleur ou quem quer que seja que começou a tomar a bebida e se transformou. E a câmera gira em torno de todos nós. E então, basicamente nós filmamos o papel de cada um em sete lugares diferentes. É assim que é feito, mas no fim do dia nos foi mostrado uma versão muito primitiva de como ia ficar eventualmente. E depois de 95 tomadas, nós estávamos meio que subindo pelas paredes, de qualquer jeito. E foi muito gratificante ver como ia ficar porque realmente parecia bom, porque você sabe como normalmente é em filmes se há uma cena com uma pessoa interpretando duas pessoas, você fica meio preocupado sabendo que a tela foi dividida, e eles estão sempre um pouco longe, sabe? Mas, nessa cena, é bom porque todos estão se sobressaindo e há todos os braços e mãos e isso deveria ser realmente efetivo, e demorou um longo tempo para ficar certo, porque se eu ficasse um passo a mais para minha esquerda, então eu estaria na verdade no pé do meu eu que estaria com efeitos visuais mais tarde. Então, sim, foi uma cena bem complexa de se fazer, mas em última análise, muito, muito gratificante e divertido ser capaz de fazer as imitações, algumas delas eram meio que – não havia meio termo. Eles também eram quase tão sutis que você não vai ter idéia de que personagem deveria ser, ou tão caricaturado e exagerado que você não vai ter absolutamente nenhuma dúvida de que personagem eu estarei interpretando. Eu não consegui encontrar um meio-termo particular naquele dia, mas será muito óbvio quem é Mundungo.

P: Há um sotaque francês, talvez?
Radcliffe: Não, eu não fiz porque não acho que funcione com a minha voz.

P: Essa é uma das cenas mais difíceis que você já teve que filmar em termos de tempo? Você disse que filmou 95 tomadas.
Radcliffe; 95 é o máximo que eu já fiz, sim.

Para uma cena?
Radcliffe: Definitivamente, para uma cena. Uma cena.

P: Tem alguma coisa que você vai pedir para levar como lembrança?
Radcliffe: Os óculos, definitivamente. Eu realmente gostaria dos óculos, e espero que os sem lente, porque foram os que eu usei mais. Então eu gostaria mais deles do que dos próprios óculos. Sim, com certeza eles. Até mesmo a varinha não é uma grande coisa para mim, já que a varinha era diferente nos dois primeiros filmes. Então até isso não é uma constante através dos sete filmes. Então sim, os óculos definitivamente seriam a lembrança para mim, eu acho. Eu gostaria de um par do primeiro filme, mas eu achei meu roteiro do primeiro filme outro dia, todo grifado, foi ótimo.

P: Os seis primeiros filmes eram um tipo de trabalho para sacrificar, porque você transformava esses livros grandes em filmes de duas horas e meia. Esse agora é dois filmes. Nós veremos um filme que é muito mais fiel ao livro?
Radcliffe: Nós teremos que sacrificar algumas coisas, mas a questão de transformar este em dois é que história toda não cabe em apenas um filme. Você não pode porque em todos os outros filmes, as coisas que sacrificamos eram em geral subtramas e coisas do gênero, não levavam o filme adiante. Mas nesse, elas realmente não são subtramas, e se há subtramas, elas são tão importantes quanto o enredo principal. Então, realmente há tão pouco que você pode cortar, na verdade esta foi a razão pela qual sabíamos que teríamos que fazê-lo em dois. Então, espero, nos permitiremos ser mais agradecidos ainda aos livros.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE
Relato da visita ao set do filme

Snitch Seeker
06 de outubro de 2010
Tradução: Otávio Bergamini e Flávio Jr.

Hoje a Warner Bros nos deu autorização para lhes contar parte da nossa visita aos Estúdios Leavesden em março deste ano para conferir o set de Harry Potter e as Relíquias da Morte. Nós conversamos com Daniel Radcliffe (que não estava marcado para gravar naquele dia, mas veio mesmo assim – obrigado, Dan!), o diretor David Yates, Warwick Davis, que faz os dois papéis de Professor Flitwick e Grampo, o duende, e a figurinista Jany Temime. Você pode ler as entrevistas deles abaixo. Nós também entrevistamos outros membros da equipe, e estas entrevistas serão divulgadas em breve.

Embora nós tenhamos visto algumas filmagens acontecendo, ainda não podemos falar sobre isso, ou divulgar todos os trechos das entrevistas, porque elas estão relacionadas a Parte Dois do filme. Nós, no entanto, começamos a caminhar através de alguns dos sets, novos e velhos, dos quais podemos falar um pouco. Nós vimos o tribunal da Comissão de Registro dos Nascidos Trouxas, onde ocorre o julgamento de Maria Cattermole. É circular e muito escura, e as paredes e o chão são cobertos por azulejos pretos, similares aos azulejos verdes usados por todo o resto do Ministério da Magia.

Falando do Ministério da Magia, nós demos uma rápida olhada na nova Fonte dos Irmãos Mágicos. Aqueles de vocês que leram os livros vão saber que a fonte passa por uma mudança no último livro, tornando-se gigantescos tronos feitos de corpos de trouxas colocados juntos como peças de um quebra-cabeça, sobre os quis sentam uma bruxa e um bruxo. As figuras trouxas, aproximadamente 60 no total, foram esculpidas uma por uma e então moldadas e montadas para criar a base da cadeira. O designer de arte Nick Dudman nos contou que as figuras foram baseadas em rápidos esboços feitos com uma “abordagem Stalinesca”, para ajudar o resultado final a ter um sentimento de totalitarismo. A bruxa e o bruxo serão adicionados digitalmente, pois eles seriam muito grandes para serem criados na vida real.

O Salão Principal estava completamente vazio no dia em que estivemos lá, apenas por duas coisas: o contador de Pontos das Casas e um pavão branco.

Eu mencionei o contador de Pontos das Casas porque é algo que sempre esteve no fundo do salão atrás das mesas dos professores, mas você nunca realmente deu uma boa olhada nele. É uma peça muito bonita, feita de vidro e metal, e o representante de relações públicas me disse que ele funciona de verdade. Quando ele foi originalmente feito, o diretor de arte Stuart Craig queria que funcionasse para o caso de qualquer diretor dos filmes decidir mostrá-lo de perto em alguma cena. Infelizmente, nenhum deles o fez. O representante ainda disse que quando eles compraram as contas para preenchê-lo, as quais, por acaso, são apenas pequenas contas de plástico como essas , eles realmente causaram uma escassez no Reino Unido.

Aqueles de vocês que leram os livros devem se lembrar de que havia um pavão branco visto na Mansão Malfoy, no primeiro capítulo de Relíquias da Morte. No caso de vocês estarem imaginando o que ele fazia no Salão Principal, seu treinador constantemente o leva para diferentes áreas do estúdio, para acostumá-lo a agitação e animação dos lotados estúdios, então ele estará pronto para se focar em qualquer um dos movimentos que precise realizar nas eventuais cena em que seja utilizado.
Um trecho da entrevista com Jany Temime, figurinista de Relíquias da Morte:

A renda foi feita à mão, o que custou uma fortuna. Na verdade, depois de um estar pronto, tivemos que fazer um segundo, porque era tão frágil que um não poderia agüentar. Tínhamos que ter outro de reserva. Então nós tínhamos esse feito de renda, e eu também queria a sensação de que pertencia a família por 20 gerações. Então é um vestido velho. A renda é toda quebrada. Então nós tínhamos que achar o tecido certo, porque eu queria algo como um vestido dos sonhos. Na verdade o tecido veio de Nova Iorque. A única organza [tipo de tecido] que eu pude achar que valia a pena vinha de Nova Iorque. Então nós tínhamos que ter os primeiros quarenta metros, e depois mais quarenta metros, e depois esperar. Foi um pesadelo. Ma está bonito, então valeu a pena.

É engraçado porque Clemence Poesy acabou de fazer um filme francês, que se chama My Wedding, uma comédia francesa. E quando ela ouviu que eu estava fazendo um vestido para ela, ela me ligou e disse “Espero que não seja o mesmo, porque eu acabei de passar seis meses em um vestido de casamento. Se eu tiver que gastar de novo duas ou três semanas em um vestido de casamento, eu quero algo diferente.” Eu disse, “Eu tenho certeza que o que estamos desenhando para você não tem nada a ver com o que você está usando agora. Eu nem quero vê-lo. Sei que será diferente.”

Ela também falou sobre alguns dos outros personagens cujos trajes do casamento ela desenhou, incluindo Gui, os Lovegoods e Hermione:

Você combinou o estilo ou cores do casamento com outras vestimentas?
Jany Temime: Sim, nós fizemos tudo púrpura e preto. As cores do casamento são púrpura e preto, que são cores muito bruxas. E os Weasley, todos eles possuem roupas que você não poderia acreditar. O único que está ligeiramente melhor vestido que os outros é o noivo porque, eu suponho, sua esposa virado para ele e dito “Se você parecer como um Weasley, eu não me casarei com você”. Ele estava muito, muito bonito.

No caso de Luna… estava escrito no livro que o pai estava vestido de amarelo, e eu pensei que era uma ótima idéia ter os Lovegood em amarelo. Então pensei “Sim, já que o pai está de amarelo, sua filha deverá vestir algo amarelo”. É muito legal. Algo completamente alegre no casamento.

Emma passou de criança para adolescente e de adolescente para adulta jovem, mas, por todo esse tempo, ela colocou na cabeça que era Hermione. Ela nunca me pediu por roupas mais glamurosas. Até mesmo quanto estávamos fazendo o vestido da festa, o vestido vermelho – ela sabia que era um vestido para Hermione e não algo que ela mesma vestiria. Seria algo mais simples e não deveria ser um vestido glamuroso e “na moda”. Ela é ótima, uma boa garota”.