As Relíquias da Morte ︎◆ Filmes e peças ︎◆ Parte 1

[Atualizado] Leia mais 07 críticas de Relíquias da Morte parte 1!

Continuamos trabalhando para trazer a vocês a tradução das críticas a Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 1 lançadas por sites especializados e jornais no exterior. Nesta notícia, mais sete artigos foram traduzidos e encontram-se disponíveis em notícia completa. Mais traduções estão a caminho.

Leia dois trechos a seguir:

Os personagens foram aprofundados e se tornam tão familiares que provocam sorrisos de compreensão conforme eles se debatem – de uma forma muito intensificada – com os problemas adolescentes em relações amorosas e sobre assumir responsabilidades de adultos. Eu posso ver porque J.K. Rowling considera esse o seu filme favorito da série até então.

Yates fez escolhas interessantes como contar a origem das “Relíquias da Morte” usando uma animação por computação gráfica distinta, e no geral, é um filme de uma aparência fantástica e faz um bom trabalho ao construir a tensão dessa nova ordem mundial, aonde os bruxos maus são dominantes e ninguém está seguro.

Atualização: Mais três críticas foram traduzidas por nossa equipe: uma do The Guardian, que é negativa, outra do Telegraph, positiva e uma do The Sun, também positiva, tendo 5 estrelas de 5 possíveis. Leia todas na extensão.

O sétimo filme estréia próxima sexta-feira! Continue ligado no Potterish.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 1
Primeira crítica: Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1

Melanie McDonagh – London Evening Standard
12 de novembro de 2010
Tradução: Marcelo de Lima

Nota: Três estrelas em cinco possíveis.

Não é ainda o final, mas ele está inegavelmente próximo: este é o primeiro de dois filmes do livro final de J.K.Rowling. É uma perspectiva desanimadora para os fãs mais ferrenhos, e eles irão descobrir, de fato, que este é o filme mais desolador até o momento.

A essência do charme da saga tem sido o fato de que eles estavam embarcando em histórias na escola, com a magia tecida ali. Bem, neste filme não somos apresentados a Hogwarts. Ele começa, como os outros, com o aniversário de Harry se aproximando na casa dos Dursley; exceto que ele não voltará à escola. Ele está embarcando numa jornada final para derrubar Voldemort destruindo suas Horcruxes restantes – pedaços da alma do bruxo do mal que foram colocadas em determinados objetos. Então, não há nenhuma das festas, da diversão, da vida na escola: essa história acompanha os três amigos, Harry, Rony e Hermione, defrontando-se com magia desconhecida contra um Voldemort ressurgente – mas ainda sem um nariz.

Pode-se dizer que este filme é mais rígido em relação às cores: ele começa em tons de preto, com a reunião macabra dos Comensais da Morte na Mansão Malfoy. Continua em vários tons de cinza e branco na medida em que os amigos passam por florestas à noite (incluindo a Floresta de Dean) ou por Godric’s Hollow em uma véspera de Natal coberta de neve, ou em calçadas de calcário na Escócia, ou na obscuridade incessante do Largo Grimmauld. Isso reflete muito bem o que está acontecendo no plano psicológico: a Horcrux que eles usam desperta os ciúmes em Rony e um temperamento agressivo em Harry.

Um dos poucos momentos tenros não se encontra no livro, quando Harry e Hermione, dentro da tenda, dançam a música de um rádio; percebe-se que há muita química entre Emma Watson e Daniel Radcliffe.
Há magia, claro, e o filme brinca com a Poção Polissuco, que em determinado momento produz sete Harry Potters – um deles em um sutiã.

A cobra Nagini é a causa principal dos pesadelos, ainda que seguida de perto por Helena Bonham Carter, uma cópia exata de Medusa em uma enlouquecida Belatriz Lestrange.

O pobre elfo-doméstico Dobby recebe um golpe por seu heroísmo. E o diretor David Yates enfatiza, em referências cinemáticas, a característica fascista do Ministério da Magia e sua campanha em prol da pureza racial.

O filme desenrola-se em uma boa maneira, mas termina muito abruptamente. Eu perguntei a três garotinhas depois da exibição – elas estavam absolutamente apáticas sobre as partes assustadoras – o que elas tinham achado. ‘Triste’, elas disseram juntas. É, é por aí mesmo.

HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE PARTE 1
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Nota 7.5/10)

Movie Geek Blog
12 de novembro de 2010
Tradução: Bruna Thalenberg e Virag Venekey

(Alguns Spoilers adiante)

Desde o início, quando a logomarca da Warner Bros aparece, esse filme parece diferente. A coloração é cinza e pouco variada, o som é um ruído baixo e até mesmo o famoso tema de John Williams parece ter tomado uma melodia mais sombria. Não parece mais um filme de Harry Potter. Faz parecer que os primeiros filmes feitos por Chris Columbus pertencem a um universo completamente diferente. E esse sentimento permaneceu comigo até o final…

Desde os últimos filmes da série (possivelmente apartir do número 3) nós escutamos muito opiniões que “esse é mais sombrio”, seja dos críticos, dos fás e até mesmo dos próprios produtores. Mas nunca isso foi tão verdade quanto nesse capítulo final.

Ainda assim esse não é apenas um filme mais sombrio e mais assustador, é também um filme mais maduro. É como se a equipe do filme tivesse crescido juntamente com seu público (que agora são 10 anos mais velhos do que quando o primeiro filme foi lançado).

Alguns anos atrás, quando ouvimos pela primeira vez o fato de que o sétimo e último livro iria ser dividido em dois filmes, todos nós pensamos imediatamente de forma cínica: “Eles realmente querem espremer cada centavo desse último, esse povo ganancioso”. E eu tenho certeza de que esse deve ter sido uma das razões, contudo o diretor David Yates conseguiu tirar vantagem desse tempo extra para dar certa profundidade, sofisticação e peso ao enredo, elementos que faltavam em todas as partes anteriores.

Pra começar, a história é mais lenta. Obviamente você tem também cenas de ação estonteantes (particularmente um muito bom no Túnel Dartfor), algumas belas vistas, mesmo que sejam apenas panoramas ou paisagens, efeitos especiais inovadores (a cena, no trailer também, onde há 8 Potters diferentes, é feita numa filmagem de 360 graus) e há uma bela seqüência de animação (onde “O conto dos três irmãos” é mostrado com efeito de sombra, e essa parte por si só quase poderia ser indicado ao Oscar de melhor curta de animação), mas a parte central do filme dessa vez são os três personagens principais. Suas cenas de diálogos são o foco central e ocorrem da forma mais realista possível, com longos silêncios, pausas e olhares significativos.

Até mesmo a música é mais sutil e moderada, além de ser bem mais sombria. Há uma cena de perseguição em particular na floresta na segunda metade do filme, quando inesperadamente eles decidem não tocar música alguma, apenas deixando efeitos sonoros tocarem: isso é realmente pouco comum para um arrasa quarteirões desse calibre.

O filme bravamente toma uma série de riscos, de um lado por desviar daquilo que as crianças esperam, mas ao mesmo tempo vai dar um algo especial aos fás (e pode até mesmo mudar a cabeça dos odiadores de Harry Potter)! É um filme primeiro e principalmente sobre emoções, sobre personagens e sobre amizade e tudo acontece num mundo mágico. É tudo que um fá ávido de Harry Potter esperava há anos.

De uma forma, o modo do filme parece mais com a trilogia do Senhor dos Anéis, não somente na coloração pouco variada das paisagens, ou nas aparências mais sujas dos personagens (até Harry Potter parece mais sujo dessa vez e tem até um pouco de barba!), mas também na forma como é colocada e desenvolvida.

Essencialmente é um filme de jornada (é também o primeiro sem Hogwarts. Nós temos um pequeno relance do trem indo para a escola e isso é tudo). Há bem menos risadas ao longo dele e a maioria delas vem do Ron (Rupert Grint), mas de certo modo quando ocorrem parecem se encaixar melhor do que antes. Talvez porque o filme todo é tão tenso que você aguarda ansioso por um momento de relaxar e diminuir a tensão. E isso não é uma crítica, de fato, exatamente o oposto.

O filme começa com uma cena perfeitamente montada onde nós vemos os diferentes personagens deixando as suas casas e se preparando para encontrar. A trilha sonora nesse ponto parece um daqueles dos filmes Bourne, ou o recente filme de Batman de Christopher Nolan. No entanto, há uma tensão se desenvolvendo por toda a sequência, o que faz você ficar bem desconfortável (e eu falo isso como um elogio). Esse sentimento de alguma forma permanece por todo o filme.

Nós passamos então para a cena onde Voldemort, seus Comensais da Morte e Cia estão sentados ao redor de uma mesa. Flutuando sobre eles o corpo de uma das suas vítimas mais recentes. Sangue pingando do seu rosto, sua cabeça curvada pra trás… Isso parece mais como o exorcista do que como Harry Potter!

Não me entenda mal. Crianças vão ficar assustadas, mas certamente também vão adorar (afinal, crianças gostam de levar sustos… ou pelo menos gostavam!).

Pra todos os efeitos isso não é uma obra-prima. Apesar de toda tensão, grande atmosfera e todas as intenções corajosas, há aqui e ali alguns momentos ligeiramente estranhos. Por exemplo, a cena onde Ron volta a se juntar ao grupo parece “um pouco crua” e poderia ter sido desenvolvida de forma melhor. Também alguns dos diálogos não parecem totalmente reais e personagens demais vêm e vão como atendentes de um hotel. Mas é interessante observar como a maioria das coisas que não funcionam bem no filme forma tiradas direto dos livros. Eu acho que mais uma vez o filme expõe as fraquezas do livro (o qual, vamos encarar, embora prende, não foi realmente uma escrita excepcional. Eu amei, de fato amei toda a série, mas reconheço suas limitações).

A atuação dos três personagens principais ainda parece artificial de tempos em tempos. Todos eles tentam fazer seu melhor: Emma Watson faz sua melhor atuação de todas (o que, infelizmente, não quer dizer muito) e apesar de que ela até consegue derramar algumas lágrimas em certo ponto, a maioria de suas falas parecem duras. Daniel Radcliffe faz o seu usual, em que ele parece atuar com todo o seu corpo, exceto ses olhos (ele aparenta gostar de mostrar tensão esticando todo o seu corpo para frente) e finalmente, Rupert Grint, que parece ter ganhado peso demais, mas ele ainda é o melhor dos três e também tem as melhores falas. Apesar de tudo, há uma boa química entre eles. Claramente, ter trabalhado juntos por tanto tempo criou um laço entre eles: um pouco disso também é visível no filme.

Também é uma enorme felicidade ver vários dos personagens antigos de volta, mesmo que a maioria deles esteja em tela apenas para uma cena. Essa série virou oficialmente o “quem é quem” do Cinema Britâncio (Eu fiquei um pouco triste que Maggie Smith não estava nesse filme, mas como todas as pessoas que leram os livros sabem, ela estará de volta no próximo filme, em grande estilo!)

Em uma visão geral, o filme merece muito respeito por tomar decisões corajosas que vão provavelmente contra os típicos sucessos de Hollywood, ainda mais um filme de Harry Potter. Mas mesmo assim, é mais fácil ser corajoso quando você tem algo assim em suas mãos, pois vai ganhar o público de qualquer jeito! Talvez ganhe alguns fãs dos críticos chatos que tem por aí.

De qualquer jeito, é bom vê-los tentar algo diferente. É bom vê-los desacelerar um pouco e tomarem conta de seus personagens. É bom vê-los tentarem ser mais maduros e se separar dos clichês melosos. Eu consigo notar porque esse é o filme preferido de JK Rowling.

Eu também fiquei feliz com ele… mas novamente, eu amo Harry Potter, então provavelmente sou tendencioso.

O verão (inverno no Brasil) de 2011 não pode chegar cedo o suficiente. E depois dele? Oh céus, já estou triste que tudo estará acabado…

HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE PARTE 1
Crítica de Relíquias da Morte: Parte 1 do Harry Potter 7

Dee Orourk ~ MovieExpert
12 de novembro de 2010
Tradução: Thais Tardivo

Crítica ‘Relíquias da Morte’: Nós vimos esses personagens crescerem bem diante dos nossos olhos. Esse ano, Harry Potter e seus melhores amigos voltam com a primeira parte de Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Agora em seus anos de adolescência, Hermione (Emma Watson), Ron (Rupert Grint) e Harry (Daniel Radcliffe) tentam vencer o Lorde das Trevas. Com Harry em seu último em Hogwarts e em sua tentativa de destruir as Horcruxes, ele tenta vencer o reino ameaçador de Voldemort. Tudo isso se torna um desafio ainda maior já que Voldemort está na liderança do Ministério da Magia e Hogwarts. E sem o seu fiel companheiro Dumbledore, os três jovens tentam lutar contra o império dos Comensais da Morte e outras forças perigosas.

Crítica ‘Relíquias da Morte’: As pessoas amam ou odeiam Harry Potter, e esse filme com certeza irá provocar muitos debates entre aqueles que acreditarão que o filme é ótimo e os que o acharão uma droga. Mesmo assim, isso não trará muitas consequências, já que nenhuma crítica ruim irá impedir que o filme seja um fenômeno de bilheteria.

Todos os seis filmes de Harry Potter ganharam centenas de milhões de dólares por todo o mundo, e aparentemente o filme 7 não irá desapontar financeiramente. Há algumas cenas que parecem separadas do fluxo do filme, e a edição não foi a melhor da franquia. Em relação à cinematografia, o diretor David Yates combina efeitos visuais e lindos cenários. O final faz um ótimo trabalho preparando para a parte 2 dessa saga.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 1
Crítica de Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 1

Allan Hunter ~ Express.co.uk
12 de novembro de 2010
Tradução: Eduardo Ferreira

Esqueça o fabuloso Toy Story 3, a magnificência de Inception (A Origem), ou o tenebroso The Girl Who Kicked The Hornests’ Nest, Harry Potter E as Relíquias da Morte é o filme que vem todo trouxa tem ansiosamente esperado este ano.

A expectativa nos ombros do diretor David Yates e o time Potter é extraordinária, mas o filme vem com tudo o que você pode querer — de excelentes efeitos especiais e feitiços a emoções de tirar a respiração e jogar o coração para fora da boca. Este é o grande começo para o fim de uma história britânica de sucesso. Você se alegrou de terem decidido fazer em 3D. Mas os filmes Harry Potter não precisam disso para chamar nossa atenção.

A visão de JK Rowling da história foi sempre uma jornada partindo de um feixe de esperança em um dia negro. Aqui nós vemos todos em suas cores reais. O santuário e segurança de Hogwarts ficaram para trás. O filme tem o senso de um thriller paranóico ou a tensão de um filme de espionagem. O fugitivo Harry é como um homem inocente que cai em uma armadilha num estilo de suspense Hitchcock. Você quase espera Orson Welles emergindo das sombras para pegar Harry Lime.

Pesado e intenso, As Relíquias da Morte refletem o fato de que o mundo está em guerra e que o poder está escorregando dos homens de bem para as forças do mal sob o comando de Ralph Fiennes, executando supremamente o papel de Lorde Voldemort. Depois da morte de Dumbledore (Michael Gambon), Harry (Daniel Radcliffe) se sente mais isolado do que nunca e está ciente de que todos ao redor dele pode cair morto a qualquer hora. Naturalmente, Rony (Rupert Grint), Hermione (Emma Watson), Hagrid (Robbie Coltrane) e centenas de outros estão dispostos a impedir que isso aconteça.

Voldemort e seus súditos infiltram o Ministério da Magia e nenhum lugar é seguro. Harry Rony e Hermione são como um grupo de resistência nas sombras, sob a intrigante tarefa de serem os únicos a poder destruí-lo. Eles precisam encontrar e destruir Horcruxes, a chave da imortalidade de Voldemort. Qualquer movimento deles pode ser rastreado e Harry ainda está sob um rastreador. “Se você espirrar o ministério vai saber quem limpou seu nariz”, diz Olho-Tonto Mood (Brendan Gleeson) que confunde o inimigo replicando Harry sete vezes.

Ao longo da década o jovem elenco cresceu e agora tem desafios emocionais. Personagens favoritos, como Dobby, estão de volta, a Belatriz Lestrange, de Helena bonham Carter, está mais tenebrosa e perigosa que nunca, e novas caras como Bill Nighy, interpretando o novo Ministro da Magia, Rufo Scrimgeour.

A tensão e o desespero não cessam, escapadas por um fio, batalhas emocionantes, tristes mortes, encontros eletrizantes e humor suficiente para quebrar a tensão aqui e ali. A única real falha é termos que esperar até Julho para vermos a conclusão. O verão nunca pareceu estar tão longe.

HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE PARTE 1
Crítica de Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 1

Edward Douglas ~ ComingSoon.net
12 de novembro de 2010

Tradução: Bruna Thalenberg, Flávio Junior e Paula Strauch

AVISO: Esta crítica foi escrita por uma pessoa que nunca leu o sétimo livro de J. K. Rowling, no qual esse filme foi baseado. Se você é incapaz de aceitar uma análise crítica a não ser que esta tenha sido escrita por um fã, que baseia suas ideias num material que já ama, por favor volte quando um de nossos outros escritores tiverem tido a chance de assistir e fazer a crítica do filme. Por outro lado, esta crítica foi mantida livre de spoilers para aqueles que não tiverem lido os livros, apesar de ter grande spoiler do sexto filme.

História:

Professor Dumbledore está morto e Lorde Voldemort (Ralph Fiennes) e seu crescente exército de Comensais da Morte querem destruir a Ordem da Fênix e livrar o mundo dos Trouxas (não-bruxos). Parte do plano envolve tomar conta do Ministério da Magia, forçando Harry Potter (Daniel Radcliffe) e seus melhores amigos Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson) a achar e destruir as Horcruxes restantes contendo a sua alma, e, assim, destruir o vilão e seus Comensais da Morte.

“São tempos difíceis”, diz o Rufo Scrimgeour de Bill Nighy em um sotaque escocês à medida que a primeira metade do sétimo capítulo da franquia Harry Potter começa, seguindo uma versão rústica do logo da Warner Bros, ambas as coisas dando-nos a impressão que este filme será o mais escuro e, de longe, a peça mais sombria que qualquer outro filme anterior da série. Sendo o último capítulo, “Relíquias da Morte” é muito sobre “dar adeus” e, nesse sentido, nós vemos a maioria dos personagens mais uma vez, mesmo que em curtas aparições. Antes de irmos muito longe na história, nós vemos as consequências e as repercussões do que aconteceu no último capítulo, e, embora sejam mesmo tempos de trevas, isso não quer dizer que não haja espaço para um pouco de leveza quando vários membros da Ordem da Fênix usam uma poção para agir como chamarizes semelhantes a Harry Potter.

Em grande parte, a primeira metade de “Relíquias da Morte” é decente, tem uma aparência e um sentimento muito diferente dos filmes anteriores, mas não se distancia muito do tom que poderíamos esperar, mesmo com a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts estando fora de visão. É um filme composto de muitas seções distintas, com muitas delas levando à inevitável guerra entre Voldemort e a Ordem da Fênix, algo que é deixado um pouco de lado para focar no relacionamento das três crianças protagonistas, enquanto eles tentam encontrar e destruir as Horcruxes que contêm pedaços da alma de Voldemort. Parte do plano envolve infiltrar-se no Ministério da Magia, após ele ter sido tomado pelos Comensais da Morte, e esta é a melhor parte de todas no filme, não menos pela aparição de um ministro interpretado por Peter Mullan

Após quase não conseguirem escapar, os três amigos se encontram em fuga e se escondendo dos Sequestradores de Voldemort, permitindo-nos vê-los em um número de esplêndidas e vívidas paisagens, ponto em que o filme se encontra em uma encruzilhada entre “O Código Da Vinci” e “The Road”. Novamente, um triângulo amoroso entre três jovens ocorrendo, em grande parte, em uma área de florestas pode soar vagamente familiar, e as comparações com outra franquia de fantasia que tenta roubar o sucesso de Harry Potter serão levadas para casa graças a uma piada óbvia e desajeitada.

Você pensaria que, a este ponto da série, o relacionamento entre Harry, Rony e Hermione estaria fixo, então quando o ciúme levanta-se entre Rony e Harry, algo que já foi explorado nos capítulos anteriores, parece ser uma reciclagem forçada para criar tensão. Admito, isto leva a algumas cenas intensas devido à impressionante performance de Rupert Grint, que passa a mostrar bem mais emoções desta vez, com tanta coisa acontecendo em sua volta.

Uma das coisas que mais obviamente fizeram falta em “Enigma do Príncipe” foi o antagonista principal, o Lorde Voldemort de Ralph Fiennes, mas ele está de volta em toda sua glória, assim como a Dolores Umbridge de Imelda Staunton, que foi tão impressionante em “Ordem da Fênix”. A Belatriz Lestrange de Helena Bonham Carter está também mais louca do que nunca, com alguns ótimos momentos perto do final. Na teoria, Rhys Ifans parecia perfeito para o papel de Xenofílio, pai de Luna Lovegood, e a primeira cena do personagem é promissora, mas quando ele reaparece, mais tarde, procurado pelo trio em busca de respostas, não parece tão bom quanto antes. “Relíquias da Morte” também marca o indesejável retorno de Dobby, o equivalente da série para Jar Jar Binks. Quando você começa o filme com um personagem promissor como o Rufo Scrimgeour de Bill Nighy, parece-me um desperdício que seu personagem apareça só mais uma vez.

Yates não é exatamente um cineasta visionário, está mais para um artesão capaz de pegar a matéria-prima e fazê-la funcionar na tela, que foi assistido dessa vez por uma equipe diferente da que trabalhou no último filme: Eduardo Serra fazendo a cinematografia e Alexandre Desplat – um fantástico compositor, mas usado em excesso – se juntando ao time para fazer a trilha sonora. Yates fez escolhas interessantes como contar a origem das “Relíquias da Morte” usando uma animação por computação gráfica distinta, e no geral, é um filme de uma aparência fantástica e faz um bom trabalho ao construir a tensão dessa nova ordem mundial, aonde os bruxos maus são dominantes e ninguém está seguro. Um momento que é poderoso, em particular, é quando os três estão em fuga e eles escutam a lista dos mortos pelas mãos do Lord das Trevas. É bom saber que, sendo mais pesado que os anteriores, o filme é bem intenso e provavelmente muito assustador para crianças mais novas, principalmente a perturbadora cobra de Voldemort. Por outro lado, os fãs vão apreciar alguns pequenos detalhes como ver os pais de Hermione Granger pela primeira vez.

Muitos das cenas previamente liberadas do filme de duas partes mostram o confronto final entre Harry e Voldemort, mas nada acontece nesse filme. O trailer também faz parecer que o filme tem muito mais ação, mas o passo rápido da primeira meia hora começa a diminuir conforme o filme progride. Enquanto as partes individuais funcionaram muitobem, quando você coloca o filme inteiro junto, ele deixa a desejar. Não parece justificar a divisão do último livro de JK Rowling em dois e enchê-lo com tanta exposição desnecessária do aspecto de triângulo amoroso da história que nós já havíamos visto. Considerando o pouquíssimo que aconteceu em “Enigma do Príncipe”, que parece ter feito para dar base a esse final, ficar sentado por outras duas horas e meia aonde novamente vai ser construída uma base para um final que nós não vamos ver até Julho que vem, é difícil não se sentir um pouco desapontado.

Conclusão:
“Relíquias da Morte – Parte1” prepara as coisas para o capítulo final antes de atingir uma calma impenetrável que quando o filme terminar, você se sente para baixo, e de certo modo, traído. Claro, os fãs dos livros serão provavelmente mais tolerantes, mas os problemas com o ritmo do filme parecem vir da tentativa do filme a ser fiel, e por um lado, fazer um filme sólido que consegue se manter sozinho por seus méritos deveria ter vindo primeiro nas prioridades. “Relíquias da Morte – Parte 1” não é necessariamente ruim, mas é mais do que um pouco desapontador.

Nota: 6,5/10

HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE PARTE 1
Mortal e sombrio: a divisão perfeita de Harry Potter

Chris Tookey ~ Daily Mail
12 de novembro de 2010
Tradução: Daniel Mahlmann

Nota: Três estrelas em cinco possíveis.

O sétimo e penúltimo Harry Potter começa com as palavras: “Esses são tempos obscuros.” Eles certamente são. Há pouquíssima doçura e luz em torno deste episódio.

Lord Voldemort (Ralph Fiennes) está chegando ao auge de seus poderes, e a Grã-Bretanha parece ter caído nas mãos dos fascistas burocráticos que estão simplesmente muito ansiosos para fazer as vontades do Lorde das Trevas.

Trouxas – os que não são bruxos – estão sendo vítimas de uma forma que lembra os judeus na Alemanha nazista.

Só Harry Potter e seus amigos podem salvar a todos, encontrando as quatro “horcruxes”, o que, presumivelmente, significa o fim do Lorde das Trevas. E há uma espada mágica para achar.

O aspecto desse filme que alguns vão achar decepcionante é que ele é essencialmente a primeira metade de uma caça ao tesouro. O clímax virá com o oitavo e último filme Harry Potter.

Não há muito o que comemorar nesse sétimo episódio, e ele termina com a morte de um personagem importante e muito amado.

Outro defeito é que a forma de contar a história não é tão clara. Certamente ajuda se você leu o livro recentemente.

Uma mulher idosa se transforma em uma cobra sem nenhuma razão, esse é um exemplo particularmente óbvio.

E a necessidade de não alienar um público familiar faz com que continue um mistério o que exatamente está acontecendo com aqueles pobres e velhos trouxas.

Vemos trailers destruídos, mas não o porquê desses turistas em particular terem sofrido excepcional ira de Voldemort e de seus companheiros do mal.

Atores como Bill Nighy (como o sinistro burocrata Rufo Scrimgeour) e Rhys Ifans (como o pai desonesto de Luna Lovegood, Xenofílio) não são capazes de criar personagens novos e interessantes durante o pouco tempo de tela.

Ainda assim, fiquei satisfeito em ver o retorno do elfo-doméstico Dobby, em parte porque ele é um sucesso de efeitos especiais, mas também porque Toby Jones faz um trabalho muito bom em sua voz.

E Imelda Staunton continua a fazer da intrometida Dolores Umbridge uma parte do filme memoravelmente desagradável.

O aspecto mais louvável de tudo é que este episódio – ao contrário do anterior – mais uma vez mostra Harry (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) trabalhando como uma equipe.

As sequências mais memoráveis do filme não são, por sua vez, as de ação, e sim as de atuação.

Há uma sequência encantadora na qual o diretor David Yates permite que Harry e Hermione simplesmente dancem juntos, em uma tentativa desesperada de redescobrir um pouco de diversão e contato humano em um mundo que aparentemente não há espaço para nenhum dos dois.

É comovente e lírico, duas qualidades muito necessárias nesse filme e cada vez mais presente na série.

Rony também tem alguns bons momentos dramáticos quando lida com sua inveja de Harry, e seu medo de que Harry e Hermione possam estar destinados a ficar juntos, deixando-o de fora no frio.

A grande força deste filme é que ele não se apressa. Ele permite tempo aos três atores principais de uma forma que os filmes anteriores não o fizeram.

Emma Watson, em particular, evoluiu para uma atriz de cinema muito promissora.

Essa película não tem a riqueza de comicidade inventiva que era mostrada nos primeiros livros Potter, e sua escuridão não agradará o gosto de todos.

Por outro lado, os personagens foram aprofundados e se tornam tão familiares que provocam sorrisos de compreensão conforme eles se debatem – de uma forma muito intensificada – com os problemas adolescentes em relações amorosas e sobre assumir responsabilidades de adultos.

Eu posso ver porque J.K. Rowling considera esse o seu filme favorito da série até então.

Pode não ser o mais lúcido ou de maior entretenimento, mas os três amadureceram e se tornaram personagens verdadeiramente interessantes.

Os milhões que têm crescido com o trio certamente devem sentir que gastaram bem seu dinheiro, mesmo que os grandes momentos decisivos e as partes de ação ainda estejam por vir.

HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE PARTE 1
Vídeo com as primeiras reações a Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 1

Matt Patches ~ UGO
12 de novembro de 2010
Transcrição: Gabriel Amaral

“Estamos prestes a deixá-lo muito, muito excitado para ver este filme.” é como os críticos do site UGO descrevem sua vídeo-crítica de primeiras impressões com relação ao mais novo longa da série Harry Potter.

“Agora, de volta à Londres, tendo visto a versão final de Relíquias da Morte: Parte 1, concluo que a experiência é a mesma – o mundo de Harry é real. Você vai ouvir nossa crítica completa mais perto do lançamento do filme, mas por enquanto, permitam-me compartilhar minhas primeiras reações, juntamente com meus amigos Jenna Busch do Joblo e Andrew Sims do MuggleNet.”

No vídeo, que tem duração de cinco minutos e quinze segundos, o trio começa dizendo que, no geral, amaram o filme e em seguida comentam sobre ser necessário assistir a segunda parte para realmente tomar uma decisão com relação à primeira.

Eles afirmam que quem gosta dos filmes de Harry Potter, principalmente os dirigidos por David Yates, vão adorar este. Acrescentam também que é um filme cheio de detalhes e mencionam o elenco, dizendo que vários personagens dos filmes anteriores estão de volta, além do elenco principal.

Somos surpreendidos por um comentário de Jenna, que considera-se fã da série: “Eu tenho um cachecol da Grifinória” e em seguida comentários sobre o filme ser sombrio, até mais sombrio do que o esperado.

O aspecto de estar fora de Hogwarts parece ser bem marcante neste filme e os críticos comentam que isso torna a história mais real. É como se você estivesse com o trio enquanto eles correm pelas ruas de Londres, segundo eles.

De volta a falar do elenco, Jenna comenta sobre os atores terem mudado muito desde o primeiro longa e Andrew acrescenta que há várias cenas excelentes do trio neste novo longa. Não economizam ao falar sobre Hermione e Belatriz, também.

Finalizando, comentam sobre o fenômeno mundial que é a saga e concordam que precisam assistir ao filme novamente. O vídeo termina com um “tchau” em conjunto.

HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE PARTE 1
Crítica a Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

The Guardian
12 de novembro de 2010
Tradução: Victor Garcia e Otávio Bergamini

Que as guirlandas fúnebres estejam prontas, pois Harry Potter está se rendendo. A série de filmes que quebrou recordes, adaptado com reverência dos Best-sellers de J.K. Rowling, cambaleia em direção à porta de saída ao final uma maratona de nove anos e sete filmes, à medida que seu tempo de duração total chega a 20 horas e a idade dos seus habitantes cresce diante dos nossos olhos.

Está indo, indo, quase foi, e ainda assim seu longo adeus vem em dois fascículos: um chocalho da morte prolongado que começa com a premiére londrina de hoje à noite da parte um, e não vai se concluir até o lançamento da parte dois em julho de 2011. Só então o despertar vai começar.

“Como eles podem dizer?” gracejou Dorothy Parker quando falou sobre a morte de Calvin Coolidge, e está tentando fazer uma pergunta similar sobre isso, o último ‘urra’ do menino-bruxo. Não é muito dizer que “Harry Potter e as Relíquias da Morte” parece às vezes largamente indistinguível dos outros seis que o precedem, nem mesmo que a parte um oferece muito pouco ao caminho da resolução. É simples que é difícil lamentar o falecimento de uma franquia que nunca foi mais que meio-viva para se começar.

A Parte Um mostra Harry (Radcliffe) tentando de várias formas escapar e derrotar o Lorde das Trevas Voldemort (Ralph Fiennes): a mesma missão de sempre.

A grande diferença dessa vez é que Hogwarts agora é uma memória e a falta da escola força nossos três jovens “náufragos” a continuar sua busca sobre um plano de fundo Wagneriano [nota do tradutor: referência ao músico, poeta e ensaísta alemão Richard Wager, considerado expoente do Romantismo] de florestas e costas expostas ao vento.

Essa busca revela-se muito incômoda para Rony (Grint), que desiste por um tempo e deixa Harry e Hermione (Watson) para seguir sozinho. Eles se aproximam um do outro para confortar, ao mesmo tempo em que a tensão sexual faísca e escorre entre eles, muito como fizeram Frodo e Sam em Mordor. Às vezes um veado iluminado sai trotando para mostrá-los algo importante.

Em outras ocasiões, Hermione vai colher uma conexão arcana a partir de algum pedaço esquecido de crença bruxa, sugerindo que Harry abra seus olhos e afirme que ela é brilhante. Nesse caminho o enredo desvia-se ainda mais da busca do encerramento.

“Relíquias da Morte” parece ótimo, de um jeito que um show doméstico parece ótimo. O diretor David Yates arrumou os móveis com perfeição. Aprontou os fogos (Particularmente gostei d’O Conto dos Três Irmãos, reproduzido como um jogo de sombras) e preencheu o interior com uma coleção de celebridades, tanto é que tipos como Bill Nighy, Rhys Ifans, Imelda Staunton e Helena Bonham Carter rodeiam as cenas com o ar satisfeito de atores coadjuvantes aos quais foi oferecido um passeio em papeis no baile à rigor mais caro do mundo.

Em outro lugar, puristas talvez notem que Rony faz seu trejeito tradicional de jogar pra trás mãos e calcanhares ao mesmo tempo que encara algum monstro fora da tela.

Não há dúvidas de que as divisões de Potter foram um gasto premeditado da Warner Bros., e não há como negar que elas são extremamente amadas pelas legiões de fãs que se amontoam para vê-los. O que resta para ser visto é como eles farão uma vez que os créditos finais subirem; como eles se parecerão depois de 10, 20 ou 30 anos. Por mais que eu tente, não consigo me livrar da suspeita de que esses filmes são muito obviamente construídos com um propósito e muito falhos em sagacidade, vivacidade e humanidade para sobreviver muito além do momento.

Então, adeus, Harry Potter, a maravilha literária que se tornou um livro fechado nos cinemas. Você suportou e prosperou. Você tomou espaço e não deixou rastros. Depois de todo esse tempo e todos esses filmes, é como se nós nunca realmente tivéssemos te conhecido.

HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE PARTE 1
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

Telegraph – Mark Lee
12 de novembro de 2010
Tradução: Sylvia Souza e Marina Anderi

Harry Potter Reaviva a Mágica

“As Relíquias da Morte é impressionante e mais adulto do que os anteriores – mesmo sendo apenas metade de um filme, diz Marc Lee.

“A caçada começa,” proclamam os pôsteres do último filme a sair da franquia mais bem-sucedida na história do cinema. A caçada começa, sim, mas não termina aqui.

Demonstrando uma selvagem extravagância – e confiança – os produtores de Harry Potter e as Relíquias da Morte espalharam os acontecimentos do último livro da série de best-sellers de JK Rowling em dois filmes. Com mais de 600 páginas, é uma estória comprida (embora não seja a maior da saga), mas, se a Parte 2 – que estréia no próximo ano – tiver a mesma duração, terá custado mais quase 5 horas para ser contada no cinema.

Quando Quentin Tarantino cortou seu filme “Kill Bill” em duas partes em 2003, lançando a segunda parte no ano seguinte, houve reclamações de que ele faria o público pagar duas vezes para ver apenas um filme. Pode ser que, atualmente, alguns fãs de Potter sintam a mesma coisa.

A “caçada” em Relíquias da Morte é pelo maléfico Lord Voldemort (interpretado novamente com traços de réptil por Ralph Fiennes). Mas antes que Harry (Daniel Radcliffe) possa matar seu inimigo, ele precisa primeiro achar e destruir as “horcruxes”, receptáculos mágicos que contêm fragmentos da alma de Voldemort, assim preservando sua imortalidade. Uma vez que estas estão espalhadas por toda a terra, Relíquias da Morte torna-se, com efeito, uma espécie de viagem errante de bruxos através de florestas negras, entre pântanos selvagens e montanhas varridas pelo vento mais sombriamente.

Harry é acompanhado em sua missão pelos seus dois melhores amigos, Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson).

Eles agora estão bem crescidos – não vemos nada da velha escola deles, Hogwarts – e o diretor David Yates moldou uma história que é de longe mais madura que a dos filmes anteriores.

Há muito sangue (o braço de Rony quase é arrancado em um ponto), mais do que uma sequência de tortura e alguns momentos chocantes envolvendo a grande serpente de Voldemort. Do começo ao fim, o penetrante ar de ameaça e malícia é bem mais intenso do que antes.

Há mais problemas de fundo emocional para nossos três jovens heróis lidarem, também. Tendo passado pela agonia requintada da adolescência no último filme, agora eles são perturbados pelo ciúme romântico, que resulta em Rony abandonando seus amigos após imaginá-los num lascivo abraço enquanto nus.

Durante a ausência de Rony, uma cena bastante tocante mostra Harry e Hermione tomando conforto nos braços um do outro, dançando lentamente à melancólica canção de Nick Cave.

Como sempre, o elenco coadjuvante é um desfile de ponta de talentos da representação dramática, com particular memorável transformação de Helena Bonham Carter como a deliciosa e perversa Belatriz Lestrange. Imelda Staunton, Julie Walters, Jason Isaacs e Timothy Spall tiveram diversão, também, com as criações de Rowling.

Na maior parte do tempo a ação rola solta, estimulada por alguns efeitos especiais impressionantes. (Felizmente, a Parte 1 não é em 3D, como tantos filmes – desnecessariamente – foram esse ano; infelizmente, você precisará daqueles óculos infernais para a Parte 2.)

É apenas ligeiramente decepcionante que, com o momento tendo sido estabelecido tão efetivamente, nós tenhamos que esperar até o próximo ano para aproveitar o resto da jornada.

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 1
Crítica a Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1

The Sun
12 de novembro de 2010
Tradução: Gabriel Amaral

Nota: Cinco estrelas em cinco possíveis.

O mais assustador e o melhor até o momento

TODA a propaganda em torno do filme se justifica. Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 é um filme absolutamente fantástico. É difícil encontrar defeito. A história é fascinante e segue o caminho correto.

Você está constantemente tentando imaginar as reviravoltas e as cenas assustadoras realmente aumentam a emoção.

Esteja avisado, porém – elas estão perfeitamente posicionadas para te fazer pular.

Os efeitos estão absolutamente de cair o queixo, especialmente uma perseguição de vassouras no início do filme que faz com que você se esqueça de respirar de tão extraordinária que é.

Há momentos lentos, porque na maior parte do filme Harry, Rony e Hermione estão escondidos numa floresta no meio do nada. Todavia, isso faz das seqüências de ação ainda mais excitantes por causa do contraste de ritmo.

Eu certamente não vou revelar o final do filme, mas vamos dizer apenas que, embora um pouco clichê, dá um excelente lugar para a última parcela que vem a seguir – e certamente acho que vai ser um tempo ainda mais sombrio para Harry.