Filmes e peças ︎◆ O Enigma do Príncipe

[Atualizado] Extensa matéria sobre EdP é capa da EW

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Depois do incrível trailer de Enigma do Príncipe, um gigantesco artigo online abordando o filme foi “ressuscitado” hoje pela Entertainment Weekly, que visitou os sets e agora nos conta todos os ínfimos detalhes relacionados à superprodução.
O texto, com o total de 5 páginas na formatação da versão virtual da revista, já havia sido liberado pela EW há algum tempo, mas novas informações foram acrescentadas, inclusive nos scans da última edição, que deverão ser divulgados em breve.

A reportagem conta com diversas entrevistas, desde os atores do trio até Jim Broadbent e o roteirista Steve Kloves. Este último raramente dá entrevistas, mas desta vez comentou sobre suas expectativas para o fenômeno potteriano durante os próximos anos e o fato de Dumbledore ser gay:

“Estava caminhando em Leavesden com Jo a caminho de nossa primeira leitura. Quando entramos no Salão Principal, ela se inclinou para mim e sussurou, ‘eu vi a fala que você deu ao Dumbledore, mas a questão é: Dumbledore é gay.’ […] Percebi que a cena funcionava sem essa parte. Acho que Dumbledore ser gay é maravilhoso; parece muito autêntico ao personagem.”

Estas e tantas outras passagens do texto, como a em que Daniel Radcliffe opina positivamente sobre o choro de sua colega Emma Watson, devem estar disponíveis a qualquer momento, visto que nossa equipe está trabalhando exaustivamente em sua tradução. Fique ligado!

Atualizado 1: O live journal Mediocre Chick via Snitch Seeker publicou o scan da matéria Potter com uma imagem inédita do filme, mostrando Harry e Dumbledore na torre de Astronomia, e o DR.com recebeu da WB duas novas imagens do trailer em HQ; vejam-nas aqui e aqui!

Atualizado 2: Ambas as traduções estão em notícia completa!

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
‘Harry Potter’: Ali será ‘Mestiço’

Entertainment Weekly
17 de julho de 2009
Tradução: Renan Lazzarin, Matheus Lisboa, Daniel Mählmann e Fabianne de Freitas

As lágrimas já secaram. As úlceras desapareceram. Os livros, agora uma série completa, estão alinhados na prateleira, pegando pó. Em nossa imaginação, Harry Potter vive feliz e contente para sempre, com seu dever como ícone popular mundial e centro de lucro editorial cumprido.

Quase.

Nos estúdios cinematográficos de Leavesden, nos subúrbios de Londres, debaixo de uma teto cheio de goteiras devido aos torós de abril, Daniel Radcliffe está numa escadaria às traças num canto abandonado da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, escrevendo uma mensagem de texto em seu celular. À menção da “Ação!,” a jovem estrela guarda seu telefone no bolso e desce a escada em espiral para encontrar sua colega Emma Watson sentada num degrau, caída no choro. Em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, adaptado do penúltimo romance de JK Rowling, a amiga de Harry Hermione Granger (Watson) está percebendo que seu coração pertence a Rony Weasley (Rupert Grint). O problema é que Rony acaba de começar uma relação com Lilá Brown (a caloura Jessie Cave). Nesta cena, Harry tenta consolar sua amiga, mas o trabalho se torna infinitamente mais difícil quando Rony e Lilá surgem de um canto escuro de Hogwarts, procurando para um lugar onde se agarrar. Hermione lança uma rajada de vento mágica e chora ainda mais. Mesmo depois do “Corta!,” Watson continua a chorar, e Radcliffe lhe dá conforto com um abraço demorado e um elogio sussurrado. “Caraca, foi brilhante, Emma. Simplesmente nota dez!”

Contudo, não deixe esse trecho de amor juvenil enganá-lo: Enigma do Príncipe continua a empurrar Harry ao território adulto. À frente de cenário de ataques terroristas dos Comensais da Morte de Voldemort, Harry se prepara loucamente para seu destino final de enfrentar o Lorde das Trevas estudando o passado sórdido de Voldemort através de aulas na Penseira com o cada vez mais enigmático Dumbledore (Michael Gambon). Ele procura uma série de objetos encantados chamados Horcruxes que contêm fragmentos da alma de Voldy, e arranca um segredo mantido pelo novo professor de Poções Horácio Slughorn (Jim Broadbent). Quanto à identidade do nobre do título… ah, vá ler o livro, não é? “Até agora houve conversas sobre encontrar e lutar com Voldemort,” diz Radcliffe. “Neste filme, Harry começa a se direcionar a isso mesmo.”

É claro, sabemos que não testemunharemos o memorável ataque de Harry ao vilão de nariz ofídico (Ralph Fiennes) até que Harry Potter e as Relíquias da Morte atinja o curso de mais dois filmes. E por sabermos tudo isso, Príncipe levanta uma pergunta sem precedentes em relação à maior franquia de filmes da história: Será que os cinéfilos continuarão sua loucura por Harry? “Não vou mentir para você,” diz o roteirista indicado ao Oscar Steve Kloves, retornando a seu trabalho como escriba oficial da franquia depois de não estar no quinto filme, Harry Potter e a Ordem da Fênix. “Tenho um pouco de preocupação porque os livros terminaram, a ansiedade pelos filmes não será a mesma.” Sim, os filmes têm aumentado de popularidade desde que Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, de Alfonso Cuarón, os colocou num curso irascível. E sim, há aqueles que seguem a saga apenas pelos filmes – motivo pelo qual pouparemos a discussão da morte monumental de Enigma. Ainda que nos postos mais altos de uma operação cinematográfica tão bem cotada como Harry Potter, existe, bem, uma leve apreensão. Kloves se permita a um pensamento improvável e ri. “Seria o fim total se ninguém fosse vê-lo.”

Publicado em 2005 para, então, quebrar os recordes de venda e tomar a cena da temporada de filmes, que incluia o último capítulo de Star Wars, Harry Potter e o Enigma do Príncipe é um volume de 652 páginas que, como usual, conta sua história no ritmo de um ano letivo de uma escola. Mas a ostentação, antes bem vinda, some dos a partir dos outros livros – uma linha de raciocínio que traça a evolução d’Aquele Que Não Deve Ser Nomeado a partir do garoto machucado chamado Tom Riddle até o tirano ‘viva para o genocídio!’

A narrativa é criada através de substanciais flashbacks, com Harry e Dumbledore nadando magicamente em piscinas de memória líquida e escutando através de cantos escuros como viajantes fantasmagóricos. “Isso ilustra o quão o passado explica o presente e o quão um ato do mal pode repercutir através dos anos e afetar tantas vidas,” diz Kloves.

Tudo é parte de uma literatura fantasiosa, mas como material para um filme, representa um desafio. Screenwriting 101 diz que filmes precisam estar em movimento reto e ter protagonistas que, como, fazem coisas, não apenas fiquem de tocaia e assistam outras pessoas fazerem coisas. O próprio Kloves estava trabalhando arduamente, mas após escrever um esboço incômodo que incluía quase todo flashback, o roteirista e o diretor atual da franquia, David Yates, mudaram o curso. “Nós reduzimos os flashbacks para três,” diz o diretor, cuja adaptação sombria da [Ordem da] Fênix arrecadou $938,5 milhões mundialmente (atrás apenas do primeiro filme de Potter) e que já assinou para ambos os filmes das Relíquias. “Nós vemos Voldemort como um pequeno garoto, e então em duas ocasiões nós o vemos como um estudante. Fazendo assim, nós honramos o espírito do que Jo Rowling fez mas evitando ficar parado num beco sem saída na narrativa.” Yates, cujo comportamento estudioso resulta numa exuberante, jovial energia, foi um diretor de TV famoso antes de Potter. Ele diz que a “tela bastante criativa” da franquia o inspirou a retornar. “Você tem o maior cenário de trem no mundo aqui,” ele diz. “Se você pode pensar, você pode fazer.”

Yates foi um líder firme, mas gentil, no set. Após assistir a Radcliffe e Watson executarem uma cena sem brilho na escadaria naquele dia cedo, Yates pulou de sua cadeira, cruzou o cenário, e disse, de uma forma que soou, na verdade, construtiva e doce, “Isso parece que vocês praticaram milhões de vezes antes e que não estão querendo mais fazer. Eu preciso que vocês entrem de cabeça nisso.” Os garotos certamente tinham boas razões para melhorar a atuação. Com Yates e Kloves escolha de abreviar a história de Voldemort, [Enigma do] Príncipe traz a amizade Harry/Rony/Hermione como central e fachada [do filme]. Em outras palavras, “Tem mais [trabalho] para eu fazer, o que me deixa grato,” diz Grint, que, como Watson, viu um tempo de tela reduzido nos últimos dois filmes por causa de uma adaptação estratégica, iniciada por Cuarón, de forma a manter o foco em Harry.Uma parte de [Ordem da] Fênix em que Rony se torna atleta do Quadribol, por exemplo, foi retirada, mas agora é revivida para o Príncipe. Tristemente, Grint descobriu que fazer a ilusão de um esporte de voo alto não era tão animador. “Eu sempre quis fazer isso,” diz o ator ruivo, que completa 20 anos esse mês. “Mas imagine sentar literalmente numa vassoura por horas numa enorme sala azul, sozinho. Um pouco chato, e ainda machuca um pouco. Alguma coisa de anticlímax, eu acho.”

Watson, 18, tinha começado a se acostumar em ter um papel menor em Príncipe. “Ao ler o livro, eu não pensei que Hermione faria tanta parte assim, mas se tornou a mais interessante e desafiadora experiência até agora,” ela diz. Uma alma privada, com pretensões artísticas que foi a última do trio a assinar contrato para os filmes finais, Watson confiou em seu próprio diário e instintos para conectar-se com o coração sofredor e magoado de Hermione. Radcliffe teve que usar seus próprios embaraços amorosos em Príncipe – a sequência de abertura mostra Harry flertando com uma garçonete, e em Hogwarts, ele se torna progressivamente apaixonado pela irmã de Rony, Gina (Boonie Wright). Ele diz que atuou nas cenas através da importação das lições da “escola de flerte de Daniel Radcliffe.” O que significa? “Olhe até elas e espere até notarem você e espere pelo melhor,” ele diz. Você não achava que a vida agitada de Harry Potter permitiria que ele tivesse tempo para cultivar experiência de encontros na vida-real, mas de alguma forma Radcliffe adquiriu alguma. “Eu nunca tive ideia alguma de como falar com garotas até um ano e pouco atrás,” disse o ator de 19 anos durante uma pausa nas filmagens em abril último. “Eu fico com uma tolice banal quando estou flertando, mas eu gosto de pensar que eu estou fazendo isso de forma afetuosa.”

Porém, houve um pequeno relacionamento amoroso que não apareceu em Enigma. No primeiro rascunho feito por Kloves do roteiro do filme, ele havia escrito uma fala na qual Dumbledore se lembra com carinho de uma garota trouxa de sua juventude. Ele foi corrigido rápida e silenciosamente. “Eu estava andando por Leavesden com a Jo à caminho da primeira leitura”, Kloves se lembra, “Conforme entramos no Salão Principal, ela se inclinou e sussurrou, ‘eu vi a fala que você deu para o Dumbledore, mas a coisa é que: Dumbledore é gay”. Depois que Rowling revelou a sexualidade do bruxo para os demais membros da equipe – e antes das manchetes internacionais aparecerem quando ela revelou a informação publicamente – Yates decidiu não usar a fala. “Eu senti que a cena funcionava sem ela”, ele diz. “Eu acho que o fato de Dumbledore ser gay é maravilhoso. Me parece muito autêntico para o personagem”.

Os aspectos românticos de Enigma o faz um filme menos sombrio do que Fênix e serve como calmaria antes da tempestade que é Relíquias, mas o filme não é ‘Quando Harry Encontra Sally’… “essa é uma história de amor sobre o cenário de uma guerra”, diz o produtor David Heyman. Em uma cena nova, aprovada por Rowling e criada para dramatizar o mundo fragilizado de Harry, um breve momento idílico na casa dos Weasley é interrompido violentamente por um ataque dos Comensais da Morte. O filme também incluí o momento mais pesado da série até agora – aquele momento envolvendo Aquele Cuja Morte Não Deve Ser Nomeada (a fim de não estragá-la para as pessoas que ainda não leram o livro). Radcliffe diz que filmar essa sequência o desafiou porque havia extras no set naquela hora, muitos dos quais tratavam a cena como uma festa. Assuntos complicados, o jovem ator tem experiência limitada de como lidar com a morte, e se preocupou sobre como interpretar a cena. “Não finjo ter feito uma atuação incrivelmente precisa”, ele diz. “Para pessoas que perderam alguém em suas vidas, se eu não levar à tela o que elas gostariam ou esperariam ver, eu assumo a responsabilidade por isso e peço desculpas.”

Ele é sensível e respeitoso, auto-crítico e ainda sério – é difícil não ficar impressionado com Radcliffe. Com todas as crianças. Era popular criticar o diretor Chris Columbus por suas adaptações muito literais dos dois primeiros livros de Potter, mas a escolha dos atores ele fez muito bem. “Há um grande número dos chamados ‘astros infantis’ que entram nesta indústria, e a próxima coisa que você sabe é quando eles têm 15 e estão em reabilitação”, diz Robbie Coltrane, que interpreta Hagrid. “Isso não aconteceu aqui. Se alguém viesse aqui e dissesse uma coisa rude sobre eles, eu acho que 300 homens musculosos entrariam em ação e matariam”.

Watson está prevista para filmar seu primeiro papel como protagonista neste outono (primavera no Brasil), no drama de época Napoleon and Betsy, e planeja se matricular em Cambridge. Ela diz que o ambiente estável e cuidadoso estabelecido por Columbus e Heyman é “a razão pela qual Dan, Rupert e eu não estarmos completamente insanos”. Ou ao menos não insanos de um jeito ruim. Grint é um cara deliciosamente esquisito – um cara que dirige um caminhão de sorvete, toca didjeridu (instrumento de sopro australiano), e afirma que “The Joy of Painting” é o seu programa de TV preferido. Ele não é mais uma criança, mas isso não significa que ele está totalmente pronto para deixar Potter para trás. “Será triste quando terminar”, Grint diz. “Eu estarei com 22 anos. Tem sido uma grande parte da minha vida – metade dela, na verdade, quando tivermos terminado. Felizmente, eu vou fazer outras coisas quando isso estiver acabado.”

Comprometido em fazer da atuação a sua profissão, ele teve recentemente um aumento de trabalho que é decididamente diferente do universo Potter – mais notavelmente sua estréia emocional e fisicamente nua nos teatros de West Went, em Equus, o que o rendeu críticas admiradas durante suas apresentações lotadas em Londres. (Ele estará reprisando o papel em Nova Iorque na Broadway começando em 5 de setembro). “Se eu só tivesse feito esses filmes e mais nada, eu teria ficado muito frustrado, e me preocuparia mais com a pressão da vida pós-Potter”, Radcliffe comenta. Ele espera que suas atuações extracurriculares “façam o público se acostumar com o fato de que ele fará outras coisas.”

Mesmo assim, ainda tem um tempo antes que Radcliffe descubra se sua saída estratégica foi bem sucedida. Ao menos ele pode dizer que seu trabalho nos palcos o preparou para Relíquias, cujas filmagens começam na próxima primavera. O jovem ator diz que ele está mais ansioso para a sequência assombrosa e emocional na qual Harry caminha através da floresta para seu confronto final com Voldemort, acompanhado pelos fantasmas de Sirius Black, seus pais e outros. Ele também está animado para filmar o último encontro sonhador com Dumbledore, embora ele recentemente tenha relido essa passagem no livro e feito a surpreendemente descoberta de que Harry está nu durante a cena. “A princípio, eu pensei que ele estava usando calças”, diz Radcliffe. “Parece que não”. Ele está nervoso? “Bah, eu meio que já fiz isso”, ele diz, com uma falsa bravata. “Realmente, agora é tudo chapéu velho.”

[Atualizado] Extensa matéria sobre EdP é capa da EW

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Entertainment Weekly ~ Jeff Jensen
Abril de 2009
Tradução: Renan Lazzarin

Somemos uma palavra: finalmente. A adaptação da Warner Bros. do penúltimo romance Potter de JK Rowling estava originalmente pautada para ser lançada na primavera passada, mas o estúdio adiou a data para este verão por razões estratégicas financeiras. Fãs furiosos protestaram com petições – e arruaceiros zombaram de sua ultraje com vídeos virais, incluindo um que continha Hitler, em sua cena de refúgio de A Queda: As Últimas Horas de Hitler, apoplexo em relação ao adiamento de Potter. Mas, enfim, a espera logo termina.

“Você sabe o ápice deste filme, é claro,” diz Robbie Coltranne, também conhecido como Hagrid, sobre o sexto filme da franquia. ALERTA DE SPOILER! “É o momento em que Dumbledore Michael Gambon estala a alicate.” (Se não conhecer as gírias de Coltrane, bem… mistério preservado.) FIM DO ALERTA DE SPOILER! Também são ótimos as sequências nas quais descobrimos a história da origem de Voldemort – embora haja muito menos sobre isso no filme que no livro, no qual Harry e Dumbledore se lançam em piscinas de memória líquida para observar a evolução do vilão. Citando a necessidade da economia da narrativa e um drama dinâmico, o roteirista Steve Kloves disse que optou por “algumas poucas memórias-chaves ao invés de tentar incluir a todas elas.”

Enigma do Príncipe também dá ênfase à relação de Harry com o Professor Slughorn (Jim Broadbent), o professor de Poções que guarda um segredo sobre o passado de Voldemort, além de intriga romântica adolescente envolvendo Harry (Radcliffe) e Gina (Bonnie Wright), bem como Rony (Grint), Hermione (Watson), e a caloura Lilá Brown (Jessie Cave). O último filme foi um bocado intenso com toda essa questão de batalha,” diz Grint. “Este é muito mais leve e engraçado.” Não que o filme tenha falta de ação. “Trabalhei com uma aranha gigante,” diz Broadbent. “Maldita maravilha.”