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A Melodia que Encanta

Nosso grande colunista, João Victor, continua nossa área de Crônicas, tratando agora a respeito da trilha sonora nos filmes, e homenageando o grande mestre John Williams

Um apontamento interessante e criativo sobre as vertentes do áudios, e o impacto dela nos espectadores.

Você pode conferir a coluna completa aqui.

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A Melodia que Encanta
Por João Victor

A música foi uma das primeiras inquietações para os profissionais que trabalhavam com o cinema quando este era mudo. Antes de fazer parte da sonorização, a música acompanhava as imagens em movimento nas salas de exibição. Existia uma orquestra, ou mesmo um piano que acompanhava ao vivo as cenas dos filmes mudos, mostrando a necessidade em se adaptar a melodia às cenas que eram transmitidas à platéia. Assim nas cenas de suspense, romance, mistério, cada uma teria que ser embalada por uma música adequada.

A transição do cinema mudo para o cinema falado permitiu que a música “entrasse” nos filmes. Essa passagem é bem retratada no magnífico musical “Cantando na Chuva”, com Gene Kelly e Debbie Reynolds. O filme retrata os desafios da indústria cinematográfica e de seus atores acostumados a fazer filmes mudos, produzindo os filmes falados. A indústria passou a adorar o abuso de música e por isso antigamente foram produzidos inúmeros musicais, praticamente extintos hoje em dia.

A música no cinema permite que seja criada a trilha ideal para cada filme. É a primeira característica pela qual identificamos o filme e o tema do qual possivelmente tratará. Vamos exemplificar: pense nessas músicas e veja como são marcantes e essenciais.
– Quem não reconhece os rufos dos tambores de Twenty Century Fox, e logo em seguida a magnífica orquestra embalando as letras amarelas que se perdem num fundo espacial, como sendo a trilha da saga STAR WARS?
– A doce música do pequenino E.T. – o Extraterrestre, quando voa na bicicleta do pequeno Elliot;
– A galopante melodia do arqueólogo aventureiro Indiana Jones quando escapa da morte por milésimos de segundo;
– A heróica canção de Superman;
– As natalinas canções de Esqueceram de Mim;
– Ou para ser mais direto: aquele tilintar que acompanha o logo “WB” da Warner, mágico, suave e nos remete perfeitamente ao mundo de Harry Potter.

Todas essas músicas são irmãs – têm o mesmo pai – o mestre John Williams. Seu currículo possue mais de 300 trabalhos como compositor, incluindo os famosíssimos trabalhos citados acima. Ainda destacam-se seus trabalhos em “A Lista de Schindler”, “Resgate do Soldado Ryan”, “Jurassic Park” (todos), “Sete anos no Tibet”, “O Patriota” e mais recentemente “Memorias de uma Gueixa” e “Guerra dos Mundos”.

John Williams é certamente o maior compositor de trillhas sonoras para o cinema da atualidade. Acumula 29 indicações ao Oscar (duas delas por Harry Potter – Câmara Secreta e Prisioneiro de Azkaban) e 5 estatuetas. Seu trabalho nos filmes de Harry Potter é sensacional. A trilha clássica criada por Williams é perfeita.

John Willians comemorou 74 anos dia 8 de Fevereiro e não pensa em se aposentar tão cedo. Seus atuais projetos incluem, “Superman Returns”, “Indiana Jones 4”, “Jurassic Park 4”, além de outros em parceria com Spielberg ainda não divulgados.

Obs.: Se vocês quiserem testar a maravilha da trilha de Williams em Harry Potter, façam como eu costumo fazer. Releiam um dos livros e coloquem a trilha sonora, de preferência as 3 em seqüência. Muito legal viajar nos livros com as trilhas ao fundo!