[Atualizado] Assista à entrevista de Rowling no Oprah Winfrey Show!
Por Daniel MahlmannUma nova entrevista com a autora JK Rowling, conduzida em Edimburgo, na Escócia, foi ao ar hoje durante o programa Oprah Winfrey Show. Como fazia muito tempo que a Jo não vinha a público, todos os fãs estavam muito ansiosos para assistir essa nova entrevista em busca de novidades sobre a escritora e seu trabalho.
O vídeo de toda a converda de Rowling com a Oprah finalmente saiu na internet e vocês podem vê-lo abaixo! Jo falou sobre o término da série, o relacionamento com o pai, o modo de lidar com a fama, a pressão da imprensa, o poder do dinheiro, a cobrança para superar os livros de HP, disse que continua escrevendo, e contou que um dia poderia voltar a escrever sobre Potter.
Vocês podem ler em notícia completa a tradução de uma transcrição feita pelo TLC sobre os destaques da entrevista!
Atualização: Todos os vídeos se encontram legendados pela equipe do Ish e você pode assisti-los nos players acima ou em nossa conta no Youtube. Faça o download do vídeo em HD legendado clicando aqui!
J.K. ROWLING
Cobertura do TLC da entrevista de J.K. Rowling para o Oprah Winfrey Show
The-Leaky-Cauldron
01 de outubro de 2010
Tradução: Bruna Thalenberg e Sylvia Souza
Hoje, o programa exibido em rede nacional, Oprah Winfrey Show, divulgou que estaria entrevistando a autora de Harry Potter, J.K. Rowling. Essa entrevista está sendo transmitida agora de Chicago, e o Leaky terá atualizações ao vivo, citações e informações da entrevista enquanto está no ar. O twitter do Leaky também estará twittando durante a transmissão. Fique ligado no Leaky para as mais novas informações, transcrições completas e vídeos durante o dia!
- A entrevista aconteceu no Hotel Balmoral na Escócia, aonde o último livro de Harry Potter foi finalizado. “Deslumbrante”, diz Jo. Sobre o hotel: “Bom, acabou sendo estimulante, pois eu estava terminando Relíquias da Morte e a faxineira chegava, as crianças estavam em casa, os cachorros estavam latindo e eu não conseguia trabalhar. E uma luz se acendeu sobre a minha cabeça, e eu tive a seguinte ideia: ‘Eu posso consertar isso com dinheiro. Eu posso resolver este problema. ’”
- Sobre o fim do livro: “Foi quase como um luto. Foi colossal. Eu acho que, de um jeito, apesar de que eu sabia que isso estava por vir, todos nós sabemos que as pessoas que nós amamos são imortais, nós sabemos que nós somos imortais…”.
- No começo, eu estava exultante, depois eu chorei como nunca havia chorado antes. Eu só chorei duas vezes assim na minha vida… Nessa e quando minha mãe morreu.
- “Eu tive que chorar por Harry.”
- “Eles ainda estão todos na minha cabeça. Eu poderia, com certeza, escrever um oitavo, novo livro.”
- “Eu acho que terminei, mas nunca se sabe.”
- Sobre a pressão da imprensa: “Me pressionou, eu posso dizer isso agora, pois estou livre disto. Naquela época eu sentia uma necessidade de negar o quão grande era a pressão porque era o meu jeito de lidar com isso. Tudo aconteceu tão rápido pra mim, e não deveria ter acontecido. Era um livro para crianças, um livro infantil que me disseram repetidas vezes que não venderia. Recusado várias vezes. Era como ser um dos Beatles, mas eles eram quatro, e podiam virar um para o outro e dizer ‘Meu deus, que loucura!’, mas eu não tinha ninguém para me virar.”
- Sobre as pressões: “Naquele ponto, eu continuava dizendo para as pessoas que estava lidando bem com elas.”
- Um dia toda criança no mundo saberá seu nome, você sabia que seria verdade no mundo real? “Um dia eu me lembro de uma dose de realidade que tive. Eu estava escrevendo Pedra Filosofal e eu tive esse momento quando pensei, ‘O difícil vai ser publicá-lo, depois de pulicado irá vender”.
- “Eu era uma pessoa que não acreditava em mim mesma, mas havia essa única coisa que eu podia fazer.”
- “Eu nunca soube a coisa certa [a escrever] antes de Harry Potter.”
- “Eu adoro uma palavra estranha.”
- “Eu sou muito frustrada pelo medo da imaginação, não acho que isso seja saudável.”
- “Eu não estou impondo nenhuma crença no livro, apesar de que há uma grande parte do imaginário cristão nos livros, especialmente em Relíquias da Morte. É uma alusão a um sistema de crenças que fui criada. Mas respondendo sobre ser criticada daquele jeito [por grupos religiosos]… Se eles estão falando sobre as partes mais sombrias e assustadoras, eu acho que é perfeitamente cabível a um pai dizer que é um pouco maduro demais para seus filhos, os que vão discuti-los juntos, ler juntos… Isso é ótimo. Na verdade, é perfeito! Agora sobre o ‘Você não deve discutir bruxaria, você não pode colocar bruxos e bruxas em um livro’, eu acho isso sem-noção.”
- Sobre o que o dinheiro pode fazer: “É aquele momento em que você está em dúvida entre duas coisas e você pensa ‘Na verdade, posso comprar as duas.’”
- “Eu me visto melhor. Mas, não é só sobre mostrar seu dinheiro se vestindo exageradamente!”
- “Eu não consigo aceitar que sempre vou saber que vou ser rica sempre… Eu não quero virar complacente, não quero tomar as coisas como garantidas… Bom, eu estou falando uma grande besteira… Eu teria que ser muito burra [para deixar de ser rica], mas, eu ainda me preocupo. Não o tempo todo, na maioria do tempo as coisas são ótimas.”
- Sobre o que o dinheiro lhe trouxe: “[O dinheiro] lhe liberta… é por isso que é como um superpoder. O luxo de poder se sentar e dizer: ‘Para onde devemos ir nas férias?’ e não estar limitado.”
- “Não, eu não dirijo. Carros me assustam… Ultimamente eu tenho tido um motorista.”
- Sobre pegar ônibus: “Ocasionalmente. No ano passado eu peguei ônibus.”
- Você já tinha imaginado sua vida do jeito que ela é agora? “Não. Nunca. E realmente, de verdade, nunca. Ultrapassou ridiculamente o limite. Eu estava tão despreparada para isso, e isto é algo que acho que nunca falei sobre: eu era uma escritora. Eu não tinha ninguém perto de mim, tanto profissional quanto pessoalmente, quem poderia me ajudar quando eu tinha perguntas do tipo ‘O que fazer quando a imprensa está revistando nosso lixo? ’ Essas coisas realmente loucas que acontecem…
- Se você é uma atriz, você espera isso, “Claro,” diz Jô. “Você sabe que se é extremamente bem sucedida estas coisas irão acontecer… mas se é uma escritora, nunca pensa nisso.”
- Você fez as pazes com seu relacionamento com Deus, e você o chama de Deus? “Sim, eu chamo.” “[Amor] é um conceito que passa por todas as grandes religiões, sem exceção. Esta provavelmente é uma verdade entre todos os escritores, mas eu acredito no que acredito por causa do que escrevi. Por fim, antes de tê-lo escrito, no que eu acreditava? Eu provavelmente não saberia te dizer.”
- “O amor vence. Quando alguém morre, o amor não é fechado como uma torneira.”
- O que seu primeiro casamento disse sobre você? “Bem, eu acho que primeiramente, o mais importante a se dizer deve ser que eu faria de novo, passo a passo, para ter Jessica, que é incrível. Não me arrependo de nada. Eu acho que repeti padrões da minha família, como normalmente fazemos, ao escolher meu primeiro marido. Eu acho que isso me ensinou… tenho orgulho de isso ter me ensinado… que eu tinha um forte instinto de sobrevivência. Porque quando eu soube que era hora de ir embora, eu parti.”
- Não posso fingir que saí daquele casamento me sentindo iluminada em qualquer sentido, eu me sentia chocada. Eu tinha um bebê muito pequeno e caminhei direto para a pobreza e a depressão. De um modo estranho, sim, foi bastante iluminador. Mas eu pensei muito após o fim daquele casamento. Principalmente sobre mim.”
- “E foram sete anos até eu conhecer o homem certo, e precisava ser sete anos. Mas eu estava realmente preparada.”
- O estranho é que uma semana antes de eu conhecer Neil – e espero que isso dê esperanças a todas as mulheres solteiras por aí – eu lembro de conversar com uma amiga e ela perguntar “O que você gostaria em um homem?” E eu disse que precisaria estar com alguém inteligente, porque realmente dou valor a isso. Gostaria que ele tivesse a própria carreira… sempre achei que esses seriam os pontos básicos. Integridade é muito importante e bondade, e uma forte certeza de quem ele é… estas eram coisas muito importantes. E ela olhou para mim e disse “Isso não vai acontecer!”
- Sobre seu pai: “[Estar separada dele] comentar sobre isso não é uma coisa a se fazer sob os olhares do público.”
- Você acha que algum dia irá fazer as pazes? “Não, não acho. Acho que é algo tão importante estar afastada de um dos pais que você deve ter razões bem fortes para fazê-lo.”
- Você tem suas razões? “Eu tenho minhas razões. Não foi um bom relacionamento, do meu ponto de vista, por um longo período. Mas eu sentia a necessidade de agradar e mantive isso por bastante tempo. Mas então chegou uma hora em que eu parei e pensei ‘Não posso mais fazer isso.’”
- Você lamenta que ele não possa fazer parte desse sucesso? “Bem, o afastamento aconteceu após o sucesso, então senti que ele estava lá por um momento. Sendo totalmente honesta com você, lamento muito mais que minha mãe nunca tenha visto nada disso. Isso estraga um pouco. Ela teria adorado.”
- Sobre sua mãe e os livros: “Eu teria dito a ela, teria sim. E eu sei que ela teria gostado muito. Acho que comecei a escrever uns seis meses antes de ela morrer e nunca mostrei a ela.”
- Você lamenta isso? “Sim, o que é estranho – é a vida, não é? – os livros não teriam sido o que são se ela não tivesse falecido. Digo, sua morte está em uma ou outra página nos livros de Harry Potter. Pelo menos metade da jornada de Harry é lidar com a morte, o que faz com os que ficam, o que significa morrer, o que sobrevive à morte.”
- “Se ela não tivesse morrido, não acho que é muito forte dizer que não haveria Harry Potter. Os livros são o que são porque ela morreu.”
- Os Dementadores vieram de sua depressão. “Depressão clínica é um péssimo lugar para se estar. Eu acho que tive tendências à depressão desde muito jovem. Tornou-se bem aguda dos 25 aos 28 anos; foram tempos sombrios. É a ausência de sentimentos, a ausência de esperança. Você não sabe que pode se sentir melhor. É tão difícil descrever para alguém que não sentiu isso, porque não é tristeza. Tristeza não é algo ruim, chorar, sentir. E foi por causa da minha filha que eu fui procurar ajuda.”
- Discurso em Harvard: “Foi sem dúvidas a coisa mais assustadora que fiz em minha vida. Senti-me muito exposta porque eu não estava ali lendo palavras que já tinham sido aprovadas. Eu sempre estive no limite da fobia de falar em público. Então enfrentei muita coisa… há coisas como falar na TV que ainda não consigo fazer facilmente.
- Estar no fundo do poço transformou-se em sua base, como usar o fracasso. “ Nunca se fala o suficiente sobre isso. Não conheço ninguém… que esteja morrendo de medo, que esteja preso aos seus próprios métodos, porque está com medo de falhar, e que não tentará por causa desse medo de fracassar.
- “[Estar no fundo do poço] foi libertador. O que eu tinha a perder?”
- O universo Harry Potter. “Poderia ser tão pior. Michael Jackson queria fazer o musical e eu disse ‘não’.”
- Você controla tudo? “Não, eu tenho direito a opinar. Para mim, eu amo os filmes, eu amo os livros, e há elementos que são realmente divertidos sobre eles. Então, quanto ao parque temático, quando vieram até nós, vieram com uma proposta realmente extraordinária: era a arte, e eles poderiam bancá-la. E eu pensei ‘Sim, isto poderia ser extraordinário.’ Mas eu só queria fazê-lo se fosse para ser incrível. E realmente é. Se eu tivesse sido uma leitora [dos livros], adoraria ir aos parques.”
- Do que você tem certeza? “Esta será complicada. Eu sei que o amor é o que há de mais poderoso. E eu me lembro que, nossa… estou prestes a chorar, mas me lembro que quando 11 de Setembro aconteceu [os atentados], todos aqueles últimos telefonemas foram sobre isso, a última coisa que direi neste mundo será “Eu te amo”. O que é mais poderoso do que isso? O que é uma prova melhor do que isso? Não é o medo, além da morte.
– Transcrição completa:
Oprah: “Em minha revista, tenho uma coluna chamada “Do que você tem certeza? E todo mês, quando a escrevo, estou pensando “Não tenho certeza de nada! De nada!”
Jo: (risos) Adorei você ter dito isso, porque eu pensei que se você me perguntasse do que tenho certeza, seria complicado.
Oprah: Estou colocando isso no prefácio dizendo que é difícil saber o que é uma certeza.
Jo: Sim, é sim.
Oprah: Mas do que você tem certeza?
Jo: Eu sei que o amor é o que há de mais poderoso. E eu me lembro que, nossa… estou prestes a chorar, mas me lembro que quando 11 de Setembro aconteceu [os atentados], todos aqueles últimos telefonemas foram sobre isso, a última coisa que direi neste mundo será “Eu te amo”. O que é mais poderoso do que isso? O que é uma prova melhor do que isso? Não é o medo, além da morte.
Oprah: É interessante que você tenha mencionado o 11 de Setembro porque penso sobre eles o tempo todo.
Jo: É tão… é um momento de definição em nossas vidas.
- “É um momento de definição em nossas vidas. Eu lembro de pensar “Elas caíram?” – ligar a TV e ver. E entrei em pânico, porque tenho amigos em Nova Iorque, e mandei e-mails para dois de meus melhores amigos lá. Um deles é meu editor, Arthur Levine, e de um modo bizarro ele pôde me responder imediatamente. A última frase de seu e-mail foi ‘E eles dizem que não devemos ensinar às crianças sobre o mal.’”
- Qual é seu sonho de felicidade? “Bem, no primeiro livro de Harry Potter, Dumbledore diz a Harry que o homem mais feliz do mundo e olharia no espelho e se veria exatamente como é. Então devo dizer que estou bem próxima disso.
- Você escreverá mais? “Ah, definitivamente. Eu literalmente não consigo parar. Bem, você poderia atar minhas mãos, eu acho, mas eu preciso escrever para manter minha sanidade mental. Eu preciso escrever. Eu amo.”
- Após o fenômeno: “Estou orgulhosa de tê-lo feito, mas esta é uma nova fase.”
- Pergunta final: Há alguma parte de você que sente “Eu preciso superar Harry”? “Não, e me perguntam isso… de um modo interessante, as pessoas me perguntam isso. Eles dizem ‘Bem, você sabe, você deve pensar em como ir além de Harry’. E eu realmente não penso nisso. Foi extraordinário, e foi insano às vezes. Foi bem divertido durante um tempo, e estou muito grata que tenha acontecido. Eu adoro as pessoas que leram os livros, dediquei o último livro aos que queria bem, e a sétima parte disso é o leitor.”
- “Houve uma garota que chegou para mim na rua outro dia, ela surgiu da calçada… e devia ter uns vinte e poucos anos, e disse para mim ‘Você é minha infância.’ É uma das coisas mais legais que já me disseram.”