Um dos livros mais populares da autora Agatha Christie, “E Não Sobrou Nenhum” tem um título que foi escolhido por editores. O nome original da história de assassinato é “Os Dez Negrinhos”. Preocupados com as possíveis acusações de racismo, os agentes optaram por algo mais politicamente correto.
[meio-2] Dez pessoas foram convidadas para ir a uma ilha e, subitamente, começam a ser acusadas de crimes e são mortas sumariamente. Quem será o assassino? Por qual motivo? Será que a resenha de Léo Scarpa revela essa informação?
“E Não Sobrou Nenhum: O Caso dos Dez Negrinhos”, de Agatha Christie
Tempo: para ler de um tiro só no fim de semana | |
Finalidade: para ficar na ponta da cadeira | |
Restrição: para quem tem dificuldades com pontos de vista alternativos | |
Princípios ativos: assassinato, desconfiança, mistério, intriga, justiça. |
Um convite inesperado é feito para dez pessoas distintas. Tal convite, assinado por um amigo ou parente há muito esquecido, o chamava para um final de semana na badalada ‘Ilha do Negro’, comprada recentemente por famosos e sempre presente nas manchetes dos jornais.
Entusiasmados e ansiosos, os convidados chegaram à Ilha do Negro, de onde nunca mais saíram. Um por um, eles são mortos por um dos seus, a ilha fora vasculhada e não havia sido encontrado sequer rastros de outras pessoas. “O lobo estava na toca dos cordeiros”, ou seja, o assassino era um dos dez convidados.
Agatha Christie, em um de seus livros mais famosos, demonstra sua incalculável capacidade de criar histórias com finais surpreendentes. A ordem dos assassinatos da obra-prima da autora se baseou em uma tradicional cantiga inglesa, em que dez negrinhos se reúnem num jantar e, a partir daí, começam as mortes, até o último se enforcar, sobrando nenhum.
Publicado em 1939, ‘O Caso dos Dez Negrinhos’ fora intitulado de ‘Ten Little Niggers’ na Grã-Bretanha, e de ‘And Then There Were None’ nas edições mais recentes nos Estados Unidos. Essa modificação de título fora causada pela preocupação dos editores norte-americanos com acusações de racismo.
Seis anos depois do livro ser publicado, produtores de cinema já usaram a obra de Agatha em seus roteiros. As adaptações foram das grandes telas aos computadores, como no caso do jogo para PC criado na década de 90, no qual se jogava no papel de um dos personagens. Através de sua obra, Agatha Christie nunca será esquecida, sempre estando na memória dos leitores fãs de romance policial, assim como o Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle.
Resenhado por Léo Scarpa
390 páginas, Editora Globo, 2009.
*Título original: And Then There Were None: Ten Little Niggers. Publicado originalmente em 1939.